No Carvalhinho - Serra do Espinhaço de Cão

Deve ser um dos locais mais interessantes cá do Concelho, no aspecto micológico. É um vale aprazível que merecerá mais foto-visitas.




o local onde recolhemos as M. procera


Um Agaricus? bisporus? campestris?
localização geográfica: Sítio do Carvalhinho – Serra do Espinhaço de Cão. Lagos.
HABITAT (o exemplar encontrava-se no vale, muito perto de estevas e equidistante entre um pinheiro e um medronheiro, ambos de pequeno porte)
CHAPÉU (5cm; circular; cor branca com escamas não soltas de coloração acastanhada; forma hemisférica)
PÉ (2cm; de cor branca; sem descoloração ao toque; forma cilíndrica; não consegui perceber se possuía anel ou se era resto de vulva)
HIMENÓFORO (lâminas rosa que escurecem para castanho ao fim de algumas horas; inserção livre; textura fibrosa)
ESPORADA (esporada abundante de coloração castanho muito escuro ou preta)
CHEIRO E SABOR (sem cheiro)



Este(s) amigo(s) não faço ideia o que é. Aquando da recolha não me apercebi que se tratavam de duas espécies, acho, eu, agora. A menos que se trate de diferentes de estádios de maturação. As fotos mostram algumas das diferenças, sobretudo na coloração do himénio e do seccionamento do pé. Curiosamente, estes exemplares, depois de seccionados pareceram-me interessantes no aspecto comestível, coisa subjectiva, claro.

localização geográfica: Sítio do Carvalhinho – Serra do Espinhaço de Cão. Lagos.
HABITAT (encostas com vegetação cerrada: estevas; medronheiros e muitos eucaliptos. Os exemplares encontravam-se quase enterrados no substrato perto de medronheiros e eucaliptos)
CHAPÉU (entre os 6 e os 10 cm (o maior); circular; cor castanho acinzentado nos mais pequenos e mais escuro nos maiores; forma convexa mas muito irregular, parecendo ter margem lobulada no maior)
PÉ nos mais pequenos (2 a 3cm; de cor branca; textura granulosa; pé claviforme(?))
PÉ no maior (6cm; cor castanho claro com manchas escuras; textura granulosa; pé fusiforme (?))
HIMENÓFORO (poros brancos; inserção adnata (?); textura granulosa)
ESPORADA (esporada muito difícil de detectar e determinar se era creme ou branca)
CHEIRO E SABOR (cheiro indefinível)



Alguns que não investigámos:



este estava completamente atacado pelo bolor






o escaravelho dormia


e a Russula, semelhante à que não consegui fotografar na minha primeira saída de campo




Havia mais, mas nós ainda somos muito "ceguinhos" nisto.



Próxima caçada - a realizar nesta encosta.

Humm.... Quando começas com o "alguns que não investigamos", parece-me uma Russula, já vi muitas que com a idade descoloraram ao toque.
Na caçada que realizei hoje, deparei-me com exemplares muito parecidos com os teus.
No primeiro que tentas identificar, xuto para aí um agaricus bisporus, mas sem certezas nenhumas...!

Um abraço

P.s. Boas fotos!

Vou-te gravar para me dares mais umas dicas a ver se melhoro o nível das minhas ok?

É que já sou um leitor atento dos teus posts, no que respeita a fotografia.

A César o que é de César identificações para os identificadores. A maior parte dos exemplares são novidade total para mim.

Boa Efe!

Manel

manel escreveu:Vou-te gravar para me dares mais umas dicas a ver se melhoro o nível das minhas ok?

É que já sou um leitor atento dos teus posts, no que respeita a fotografia.

A César o que é de César identificações para os identificadores. A maior parte dos exemplares são novidade total para mim.

Boa Efe!

Manel

Viva Manel, as fotos estão longe do que gostaria de fazer. O uso do flash é opção de recurso e, se verificares com atenção, algumas até estão fora de foco. Mas, se arranjar mais uns componentes que pretendo, e se mantiver o interesse e a disponibilidade, hei-de lá chegar. Quanto ao resto, no que toca a Fotografia, estou cá para o que puder ajudar. No entanto o Pedro Claro já mostrou que sabe muito disto (fungos e Fotografia de fungos), pelo que o teremos como guia nesse campo.

Vi hoje fotos de telemóvel de um dos grandes "apanhadores" de cogumelos aqui da zona e fiquei estupefacto com a variedade: duas espécies de boletos ; cantarelos; e muitos mais que não me soube identificar. Tudo colectado nesta Mata a cerca de 10km da cidade. Estou espectante com tudo isto, sobretudo em relação às potencialidades fotográficas.
Continua aí a divulgar os eventos e as novidades relacionadas com os cogumelos, porque tudo isso anima.
abraço.

Nuno escreveu:Humm.... Quando começas com o "alguns que não investigamos", parece-me uma Russula, já vi muitas que com a idade descoloraram ao toque.
Na caçada que realizei hoje, deparei-me com exemplares muito parecidos com os teus.
No primeiro que tentas identificar, xuto para aí um agaricus bisporus, mas sem certezas nenhumas...!

Um abraço

P.s. Boas fotos!

Nuno, eram tantas as variedades e o tempo tão pouco...
É interessante como agora vemos coisas novas que, afinal, sempre estiveram à nossa volta, não é?!

Abraço, e boas caçadas.

#1 - Agaricus de certeza absoluta. O exemplar é jovem e este género é caracterizado precisamente pelas lâminas rosadas nos exemplares jovens (depois castanho-escuras, com a maturação dos esporos, da mesma cor). Atenção: não confundir com a família Plutaceae (géneros Pluteus e Volvariella), cujas lâminas são brancas no início e assumem tons rosados com a maturação dos esporos. Quanto à espécie, para já não arrisco; tenho que consultar bibliografia para poder emitir uma opinião mais fundamentada.

#2 - Creio que são apenas uma espécie (mais uma vez, as diferenças devem-se a questões maturacionais) e, apesar de as fotos estarem muito pequenas, quase de certeza que se trata de Boletopsis leucomelaena, uma espécie muito interessante e incomum, mas que já foi registada aqui no fórum em três locais distintos e por três colectores diferentes: na zona de Soure (perto de Coimbra), em Sesimbra e agora em Lagos.

As espécies não investigadas:

A primeira é, efectivamente uma Russula. A segunda é uma Macrolepiota procera (pé com padrão zebrado). A terceira será, possivelmente, Clitocybe sp. A quarta parece-me Clitocybe costata, pelo chapéu ondulado. A quinta, do escaravelho, não arrisco. A sexta é uma (outra) Russula. A sétima e última é um poliporo (em sentido muito lato) e fico-me por aqui...

Só uma pequena correcção ao Nuno: as Russula não descoloram ao toque, descoloram com o envelhecimento e talvez com as condições climatéricas. Se forem manipuladas, não mudam de cor (com algumas excepções - grupo da Russula nigricans).

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Pedro Claro escreveu:
Só uma pequena correcção ao Nuno: as Russula não descoloram ao toque, descoloram com o envelhecimento e talvez com as condições climatéricas. Se forem manipuladas, não mudam de cor (com algumas excepções - grupo da Russula nigricans).

Pedro, o mais engraçado e para mal dos meus pecados é que eu queria dizer isso, pois bem, enganei-me

Um grande obrigado amigo, por tudo até agora

Um abraço

efe escreveu:
É interessante como agora vemos coisas novas que, afinal, sempre estiveram à nossa volta, não é?!

Ah pois é Efe, desde que me lembro que ouço os mais velhos falarem dos "tortulhos", que quando lhes apertava a fome de infãncia íam à caça dos mesmos, para posteriormente os assarem na brasa, com sal

Mas só agora é que comecei a perceber que este mundo não se resume só a meia dúzia de espécies, mas a uma grande colectânea delas!

Um abraço

Nuno