Cogumelos de Portugal
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Workshop - Serra de Monfurado #3 (fim)

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Que Panaeolus?

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Mensagem  Pedro Claro Sex 04 Jan 2008, 01:26

Depois de termos encontrado exemplares de 3 espécies diferentes de Macrolepiota e de termos abordado as diferenças entre este género e o género Lepiota, deparámo-nos com isto:

#3.1

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#3.2 - O píleo apresentava as típicas escamas dispostas em círculos concêntricos em torno de uma zona central mais escura que se encontram no género Lepiota.

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#3.3 - Porém, estranhámos o crescimento mesmo ao lado de uma bosta de vaca (ou a partir da bosta, não recordo bem) e tivemos uma enorme surpresa quando preparámos o cenário para uma terceira foto mais 'científica':

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Evidentemente, o facto de as lâminas não serem brancas (e a esporada, muito provavelmente, também não) eliminava a hipótese Lepiota, mas não nos dava grandes pistas para a identificação da espécie... Infelizmente, os exemplares recolhidos acabaram por se 'perder' no meio das muitas dezenas de outros carpóforos e não foi possível fazer uma análise microscópica, pelo menos aos esporos, e que, certamente, nos daria mais pistas.

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Mensagem  Polecat Sex 04 Jan 2008, 13:30

lembro-me de ver este amigo no workshop. Ia de facto ser um Lepiota curioso. Curioso continua a ser, Lepiota é que já não.
Dificilmente sairá dos géneros Psathyrella ou Panaeolus, mas entre estes dois géneros de familias diferentes não me arrisco...uma terceira família de esporada com tons acastanhados, as Strophariaceae, pode ainda ser posta em cima da mesa.
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Mensagem  *ento*loma* Sáb 05 Jan 2008, 21:19

Olá cogumeleiros!!!!

Lembro.me bem desses exemplares um diagnostico pronto e facil, até se olhar para o Himénio como o Vasco disse!
Entretanto tive tempo para olhar para as chaves e concluir que se deve de facto tratar.se duma frutificação do género Panaeolus devido aos segunites factos:
Habitat - coprofilo
textura do chapeú - seco
Himénio - com manchas tipicas de espécies que nao libertam todos os esporos em simultaneo (Distintivo do genero Psathyrella)! visivel por um certo pontuado/manchado nas laminas.
Porte - de certa forma gracil

já chegar à espécie é bem mais complicado! nao existe nas chaves que tenho à minha disposição nenhuma espécie com este tipo de escamas no chapeú, o que pode ser interpretado de diversas formas! atendendo a que foi a colheita foi feita depois dum periodo de seca pode ser um escamar artificial e nao caractristico da espécie... - o que nao me parece muito provavel! mas quando olhamos para a parte do chapeu do cogumelo da direita, onde se encontrava mais proximo do outro espécime, o escamado nao se verifica (...assumindo essa hipotese poderia tratar.se da espécie P. sphinctrinus que é comum no alentejo e tem a aresta das laminas esbranquiçadas, apesar de eu nunca me ter cruzado com ela...)!
podemos tb assumir como uma espécie ou variedade nao conhecida para a ciencia mas para tal teria de se registadar as mesmas caractristicas de forma sistemática!

Um abraço e continuem a colher que tem aparecido coisas bastante invulgares!!!!!!!

*Ento*Loma*


Última edição por em Sáb 05 Jan 2008, 23:44, editado 1 vez(es)

*ento*loma*
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Mensagem  valbonix Sáb 05 Jan 2008, 23:24

Olá

Gostaria de contribuir com a seguinte sugestão... verifiquem como hipótese o Panaeolus antillarum (Fr.) Dennis

Podem ver o link da Universidade de Coimbra com imagem:
http://ucdemo.uc.pt/montado/cogumelos/Panaeolus_antillarum_32b_cf_AACFM04122005.jpg?hires
(agradece-se ao autor)

Panaeolus antillarum (Fr.) Dennis (= Panaeolus sepulcralis Berk. ; Panaeolus solidipes Peck.)
Chapeau 3-6 cm, en cloche puis convexe, non hygrophane, marge nue sans restes de voile, revêtement lubrifié par temps humide, brillant par temps très sec et pouvant alors se craqueler au soleil, blanchâtre à reflets gris verdâtres. Lames à peine adnées et pouvant paraître libres, assez serrées, larges, grisâtres puis noirâtres, arêtes givrées de blanc. Stipe à base un peu amincie, sans anneau, poudré et finement strié au sommet, 3-8 x 0,3-0,5 cm, blanc crème sale, ocracé sale en bas. Chair blanchâtre, odeur fongique. Sporée noire, spores ovoïdes à elliptiques et larges, parfois en citron un peu anguleux et dans ce cas à faces latérales plus ou moins parallèles, brun noirâtre opaque au microscope, pore net et central, 15-20 x 10-14 x 8-10 μm. Cheilocystides versiformes, lagéniformes à cylindriques, à base plus ou moins renflée, plus ou moins sinueuses, 30-45 x 5-10 μm, chrysocystides sur la face des lames, renflées, pédicellées et plus ou moins papillées par un appendice digité court, au contenu granuleux réfringent et jaunâtre, 25-50 x 15-25 μm. Souvent cespiteux sur fumier.

Cumprimentos
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http://www.fungos.net

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Workshop - Serra de Monfurado #3 (fim) Empty excelente!!!!

Mensagem  *ento*loma* Sáb 05 Jan 2008, 23:57

A descrição e a foto complementar do site da Universidade de Coimbra são de facto esclarecedores!!!! fico bastante convencido sobre a identificação desta espécie!!!
fui ver de quando era a espécie e data de 1960 (já a recolocação no genero Panaeolus por Dennis), mas no entanto todas as chaves (Moser e Nordic Macromycetes) q consultei e incluvé uma online (apesar de ser Americana) http://www.mushroomexpert.com/olah_panaeolus_key.pdf nunca incluem esta espécie e são posteriores à publicação (1961) da espécie como é hoje entendida! estranho...
...aaaa... já agora por curiosidade esta espécie está em alguma referencia, chaves ou algo assim? talvez INCAFO????

abraço.

*Ento*Loma*

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Mensagem  Polecat Dom 06 Jan 2008, 00:32

muito bom! boa pesquisa Valbonix! Wink
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Mensagem  Pedro Claro Seg 07 Jan 2008, 10:50

Não duvido que o link proporcionado pelo valbonix retrate a mesma espécie que encontrámos na Serra de Monfurado e também me parece, efectivamente, que se trata de um Panaeolus. O que já não me parece tão evidente é que se trate de Panaeolus antillarum...

Fui à procura desta espécie e encontrei nos meus livros 3 referências (em resposta ao Luís):

Las setas en la Naturaleza, Ramon Mendaza, Iberdrola, Volume III, páginas 380 (foto) e 381 (descrição);
Bolets de Catalunya (BdC), Societat Catalana de Micologia, Collecció XX, lâmina 986;
Fungi Non Delineati, Pars IV: Pholiota, Psilocybe e Panaeolus, Machiel Noordeloos.

A terceira referência é indirecta, uma vez que o Noordeloos descreve Panaeolus subfirmus e refere Panaeolus antillarum como uma possível confusão com aquela espécie (“[...]Panaeolus antillarum, another pale large-spored species[...]”) e que se diferencia com base em características microscópicas.

No entanto, as duas primeiras referências ilustram uma espécie pálida (branca a creme), tanto no píleo como no estipe, parecendo-se bastante com um Panaeolus semiovatus sem anel...

Mesmo a questão do agretamento referida na descrição do valbonix não me convence, uma vez que sendo o píleo completamente branco, não consigo imaginar que esse agretamento consiga produzir escamas castanhas ou castanho-avermelhadas no chapéu, para além de que o píleo apresenta um claro disco central desta cor, dando ideia que a cor ‘original’ seria precisamente essa e que o branco que se observa é resultado da formação de fissuras na cutícula – muito à semelhança do que ocorre em diversas espécies de Lepiota. Esta ideia parece ser corroborada pela excelente observação do Luís relativamente à existência de uma parte do píleo do exemplar da direita que está em contacto com o exemplar da esquerda e que não está gretado, apresentando a tal cor castanho-avermelhada.

Deixo excertos da descrição de Panaeolus antillarum segundo Ramon Mendaza e que vai de encontro ao que está escrito na lâmina 986 de BdC:

"Panaeolus antillarum (Fr.) Dennis, sinónimo: Anellaria [Panaeolus] phalaenarum (Bull.:Fr.) Fries.

Sombrero: Convexo, de 5 a 9 cm de diámetro. Cutícula blanca o blanquecina, com esfumaciones de color crema o ocre claro, ligeramente rugosa, sedosa, a veces cuarteada en tiempo seco, y algo viscosa com la humedad. Margen liso, no estriado, y un poco desbordante. [Estão referidas as fissuras em tempo seco, mas em lado nenhum faz referência ao disco ou às escamas castanho-avermelhadas]
[...]
Pie: De 5 a 10 cm x 0,5 a 1 cm, cilíndrico, pruinoso, sin anillo, de color similar al del sombrero. [Mais uma vez, a cor não condiz]
[...]
Habitat: Especie bastante rara que fructifica de la primavera al otoño sobre excrementos de vaca y de caballo principalmente.
[...]"

Para além da questão da cor do píleo, que não me parece encaixar, também o estipe apresenta uma coloração diferente (não é branco, como na descrição acima e nas fotografias que se observam nas duas obras referidas) e nas fotos parece apresentar uma zona anelar, que também não encaixa na descrição referida.

Não querendo colocar em questão a identificação feita pela equipa do link, a realidade é que as referências que tenho não encaixam naquilo que observo. Na minha opinião, a identificação específica carece de maior confirmação, apesar da boa investigação e dos dados apresentados pelo valbonix.

Pedro Claro
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