Entoloma cf. tjallingiorum
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Zamanita
Pedro Claro
Lebre
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Entoloma cf. tjallingiorum
Inicialmente este tópico esteve para ser intitulado Entoloma cf. panniculus.
Sei que mesmo com o cf. incorporado este nome poderia parecer descabido. E. panniculus é nome de uma espécie australiana e tem uma outra considerada como sinónimo - E. strictum - de origem Neozelandeza. Assim como seria possível?
Apesar de estarmos nos antípodas daquelas regiões, eu poderia alegar o seguinte:
- Plectania rhytidia é uma espécie originária da oceania. Já a encontrei por diversas vezes, duas em Sintra em locais distintos, e outra no Parque de Monsanto.
- Stereum illudens é uma espécie também originária da oceania. Estou farto de a encontrar entre nós, a ultima das vezes no Parque de Monsanto.
A explicação relativamente à existência destas duas espécies entre nós parece ser mais simples, uma vez que estão associadas a eucaliptus e que pelo fenómeno da importação de árvores o micélio tenha viajado nalgumas delas. Em relação ao Entoloma a que respeita este tópico não sei qual poderia ser a explicação. Mas o que é certo é que percorri demoramente os sites habituais com espécies deste género e não encontrei nada semelhante na europa. Após algumas pesquisas fui parar ao endereço damycoimage onde figura uma bonita fotografia da espécie E. panniculus (no site aparece mencionado o nome "E. panniculum" mas trata-se de uma gralha que está esclarecida no index fungorum). Vi logo que tinha encontrado algo de muito parecido. A fotografia seguinte nesse site, onde é dado um grande plano do himenóforo, deixou-me esclarecido (só podia ser algo muito próximo daquela espécie). Note-se que estas fotografias foram tiradas com o tempo húmido e as minhas com tempo seco.
Mais umas voltas na internet e percebi que havia uma espécie Neozelandeza que era tomada como sinónimo: E. strictum. No site
hiddenforest podem ver-se algumas fotografias desta espécie. As primeiras não me pareceram nada semelhantes, mas as últimas já são bastantes mais parecidas com a dos meus exemplares. O mais interessante é que no site também são apresentadas fotografias da microscopia e quer as dimensões dos esporos quer a sua forma são semelhantes às que obtive e de que junto fotografias.
Recordando-me que o mestre E. Noordeloos tinha feito trabalhos sobre a Tâsmania, consultei a chave, acessível em
Noordeloos website e claramente a evolução nessa indica o nome E. panniculus como resultado final. Assim, se eu vivesse nos antípodas, a solução seria essa. Mas, ...
Continuei as buscas e num outro trabalho do mestre (acessível aqui), a propósito da descrição de uma espécie da Rússia oriental - E. eugenei - descobri menções às espécies E. panniculus e a outras semelhantes na europa: E. dichroum e E. tjallingiorum. Mais uma vez os caracteres macro e micro dessa espécie são muito semelhantes aos que obtive.
Não consegui muita informação acerca das duas espécies europeias acima mencionadas. No entanto, a descrição dada em mycobank para E. tjallingiorum levou-me a optar por propor o nome desta espécie, por ser de entre todas as que mencionei aquela que apresenta maior densidade de lâminas, factor que é uma característica dos meus exemplares.
Já solicitei a ajuda do *ento*loma* para a identificação destes exemplares (quem melhor do que ele poderia esclarecer este assunto?) e espero ser possível chegar a um resultado mais fundamentado para estas pequenas maravilhas da natureza.
Anexo um conjunto de imagens de um dos espécimes, uma fotografia do conjunto dos observados e umas imagens da microscopia. Os valores que obtive para as medidas dos esporos foram as seguintes:
(9.1) 9.7 - 11.1 (11.7) x (6.9) 7.2 - 8.3 (8.6) µm
Q = (1.2) 1.24 - 1.4 (1.6) ; N = 50
Me = 10.4 x 7.8 µm ; Qe = 1.3.
Fotografias:
Esporos
Trama lamelar (1ª foto), basídios e cistídios (restantes)
Stiptipellis (1ª foto) e pileipellis (restantes)
Sei que mesmo com o cf. incorporado este nome poderia parecer descabido. E. panniculus é nome de uma espécie australiana e tem uma outra considerada como sinónimo - E. strictum - de origem Neozelandeza. Assim como seria possível?
Apesar de estarmos nos antípodas daquelas regiões, eu poderia alegar o seguinte:
- Plectania rhytidia é uma espécie originária da oceania. Já a encontrei por diversas vezes, duas em Sintra em locais distintos, e outra no Parque de Monsanto.
- Stereum illudens é uma espécie também originária da oceania. Estou farto de a encontrar entre nós, a ultima das vezes no Parque de Monsanto.
A explicação relativamente à existência destas duas espécies entre nós parece ser mais simples, uma vez que estão associadas a eucaliptus e que pelo fenómeno da importação de árvores o micélio tenha viajado nalgumas delas. Em relação ao Entoloma a que respeita este tópico não sei qual poderia ser a explicação. Mas o que é certo é que percorri demoramente os sites habituais com espécies deste género e não encontrei nada semelhante na europa. Após algumas pesquisas fui parar ao endereço damycoimage onde figura uma bonita fotografia da espécie E. panniculus (no site aparece mencionado o nome "E. panniculum" mas trata-se de uma gralha que está esclarecida no index fungorum). Vi logo que tinha encontrado algo de muito parecido. A fotografia seguinte nesse site, onde é dado um grande plano do himenóforo, deixou-me esclarecido (só podia ser algo muito próximo daquela espécie). Note-se que estas fotografias foram tiradas com o tempo húmido e as minhas com tempo seco.
Mais umas voltas na internet e percebi que havia uma espécie Neozelandeza que era tomada como sinónimo: E. strictum. No site
hiddenforest podem ver-se algumas fotografias desta espécie. As primeiras não me pareceram nada semelhantes, mas as últimas já são bastantes mais parecidas com a dos meus exemplares. O mais interessante é que no site também são apresentadas fotografias da microscopia e quer as dimensões dos esporos quer a sua forma são semelhantes às que obtive e de que junto fotografias.
Recordando-me que o mestre E. Noordeloos tinha feito trabalhos sobre a Tâsmania, consultei a chave, acessível em
Noordeloos website e claramente a evolução nessa indica o nome E. panniculus como resultado final. Assim, se eu vivesse nos antípodas, a solução seria essa. Mas, ...
Continuei as buscas e num outro trabalho do mestre (acessível aqui), a propósito da descrição de uma espécie da Rússia oriental - E. eugenei - descobri menções às espécies E. panniculus e a outras semelhantes na europa: E. dichroum e E. tjallingiorum. Mais uma vez os caracteres macro e micro dessa espécie são muito semelhantes aos que obtive.
Não consegui muita informação acerca das duas espécies europeias acima mencionadas. No entanto, a descrição dada em mycobank para E. tjallingiorum levou-me a optar por propor o nome desta espécie, por ser de entre todas as que mencionei aquela que apresenta maior densidade de lâminas, factor que é uma característica dos meus exemplares.
Já solicitei a ajuda do *ento*loma* para a identificação destes exemplares (quem melhor do que ele poderia esclarecer este assunto?) e espero ser possível chegar a um resultado mais fundamentado para estas pequenas maravilhas da natureza.
Anexo um conjunto de imagens de um dos espécimes, uma fotografia do conjunto dos observados e umas imagens da microscopia. Os valores que obtive para as medidas dos esporos foram as seguintes:
(9.1) 9.7 - 11.1 (11.7) x (6.9) 7.2 - 8.3 (8.6) µm
Q = (1.2) 1.24 - 1.4 (1.6) ; N = 50
Me = 10.4 x 7.8 µm ; Qe = 1.3.
Fotografias:
Esporos
Trama lamelar (1ª foto), basídios e cistídios (restantes)
Stiptipellis (1ª foto) e pileipellis (restantes)
Última edição por Lebre em Seg 26 Dez 2011, 22:10, editado 1 vez(es) (Motivo da edição : Para maior clareza relativamente ao género em causa.)
Lebre- Carpóforo
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Re: Entoloma cf. tjallingiorum
Uma espécie muito interessante, bem como a 'história' do percurso percorrido para chegar à identificação - e que ilustra bem as muitas dificuldades que se enfrentam na maior parte das identificações.
Não estou em casa neste momento e apenas regressarei na próxima 4ª feira, mas de certeza que vou ver a monografia do 'mestre' da série Fungi Europaei e dar mais dados sobre E. tjallingiorum e outras espécies semelhantes para ver se é possível chegar a alguma identificação mais segura. O teu esforço e dedicação merecem!
Não estou em casa neste momento e apenas regressarei na próxima 4ª feira, mas de certeza que vou ver a monografia do 'mestre' da série Fungi Europaei e dar mais dados sobre E. tjallingiorum e outras espécies semelhantes para ver se é possível chegar a alguma identificação mais segura. O teu esforço e dedicação merecem!
Pedro Claro- Basidiocarpo
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Re: Entoloma cf. tjallingiorum
É raro encontrar exemplares tão vistosos e perfeitos. Merecem bem o tempo que lhes dediquei.
Toda a ajuda será bem-vinda e conto com a tua contribuição Pedro para tentar identificá-los.
Um abraço,
Lebre
Toda a ajuda será bem-vinda e conto com a tua contribuição Pedro para tentar identificá-los.
Um abraço,
Lebre
Lebre- Carpóforo
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Re: Entoloma cf. tjallingiorum
Não tenho melhor fonte que o Pedro mas se tiver referências a alguma dessas espécies partilho aqui. Volto para casa na segunda. Abraço
Zamanita- Carpóforo
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Re: Entoloma cf. tjallingiorum
Já tinha saudades dos posts do Lebre.
Este está excelente, grandes fotos e muito boas montagens e descrição.
Continua o bom trabalho!!
Um abraço,
Zectarius
Este está excelente, grandes fotos e muito boas montagens e descrição.
Continua o bom trabalho!!
Um abraço,
Zectarius
ZecTarius- Carpóforo
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Fungónimo : Lactarionomano
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Re: Entoloma cf. tjallingiorum
A descrição do Mycobank é expressiva no que toca às cores do píleo em Entoloma tjallingiorum:
Só me resta acrescentar que este post me causou a mais profunda admiração. Parabéns, Lebre, e toca a tirar o cf. assim que a taxosfera aqui do forum chegar à mesma conclusão.
Pela comparação com o E. panniculus ou com o E. strictum, nas fotos apresentadas, não se trata da mesma espécie. A "foto de família" sobre o cepo ilustra muito bem as nuances de cor, com uma tonalidade geralmente apagada (dull) apenas com retoques de azul escuro, especialmente na margem, e (também) especialmente nos esporóforos imaturos.dark grey-brown, sometimes with blue-violaceous tinges, especially near margin and when young, radially fibrillose, tomentose then squamulose all over, dull.
Só me resta acrescentar que este post me causou a mais profunda admiração. Parabéns, Lebre, e toca a tirar o cf. assim que a taxosfera aqui do forum chegar à mesma conclusão.
Re: Entoloma cf. tjallingiorum
Os meus agradecimentos ao Zamanita, ao Zectarius e ao Loco Gato, pelas mensagens.
O Loco Gato tocou num ponto sensível, o das cores dos carpóforos. Efectivamente, durante a observação no campo eu vi a cor azul como dominante e demoninei-o de Entoloma azul antes de começar as buscas relativas à classificação e estas foram encetadas procurando no google por "blue entoloma". Só ao analisar pormenorizadamente as fotografias reparei que a câmara tinha captado a cor do chapéu mais castanha do que azul. Tal fenómeno também se acentuou durante a secagem de tal forma que, no final, a cor predominante era o castanho. Anexo uma fotografia ilustrativa obtida durante o processo de secagem.
Lebre
O Loco Gato tocou num ponto sensível, o das cores dos carpóforos. Efectivamente, durante a observação no campo eu vi a cor azul como dominante e demoninei-o de Entoloma azul antes de começar as buscas relativas à classificação e estas foram encetadas procurando no google por "blue entoloma". Só ao analisar pormenorizadamente as fotografias reparei que a câmara tinha captado a cor do chapéu mais castanha do que azul. Tal fenómeno também se acentuou durante a secagem de tal forma que, no final, a cor predominante era o castanho. Anexo uma fotografia ilustrativa obtida durante o processo de secagem.
Lebre
Última edição por Lebre em Seg 26 Dez 2011, 23:14, editado 1 vez(es) (Motivo da edição : Correcção de gralha.)
Lebre- Carpóforo
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Data de inscrição : 04/01/2009
Re: Entoloma cf. tjallingiorum
Eu diria antes que o aspecto geral em que o píleo é subconcolor do estipe pode levar-nos a que instintivamente consideremos o todo homogéneo (em função da do estipe, mais contrastada), quando não é. Não estou a dizer que fosse isso, pode dar-se o caso de haver um rápido processo de descoloração ao ser arrancado do solo, mas mesmo assim as primeiras fotos sugerem o aspecto dull da descrição, em contraste com o que as fotos do E. panniculus e do E. strictus sugerem.
Re: Entoloma cf. tjallingiorum
Antes de mais importa agradecer ao Lebre o trabalho de pesquisa e a elaboração do post, que está excelente.
Também tendo a concordar com a identificação de Entoloma tjallingiorum .
Utilizando o Courtecuisse e as descrições do Fungi Europaei e da Flora Agaricina Neerlandica (consultadas no site MycoBank) parece-me que a espécie mais próxima seria mesmo o E. dichroum, que se destingue por:
- ter o estípe fribrilhoso/estriado ou pruinoso, nunca escamoso/flocoloso como o exemplar do Lebre,
- pelos esporos mais angulosus,
- pelo pé mais fino (até 0,5cm de largura enquanto o E.tjallingiorum vai até 1cm) e
- pelas pigmentações exclusivamente intracelulares ao contrário do E. tjallingiorum com "incrusting pigment in pileitrama", que não consigo ver nas fotos (ou não sei ver...).
- odor ligeiro farinhoso a espermático (E.tjallingiorum tem odor nulo)
Lebre, consegues confirmar a existÊncia dos tais pigmentos incrustados na pileitrama (trama do píleo)?
Já agora confirmas os dados da largura do pé e do odor nulo?
Também tendo a concordar com a identificação de Entoloma tjallingiorum .
Utilizando o Courtecuisse e as descrições do Fungi Europaei e da Flora Agaricina Neerlandica (consultadas no site MycoBank) parece-me que a espécie mais próxima seria mesmo o E. dichroum, que se destingue por:
- ter o estípe fribrilhoso/estriado ou pruinoso, nunca escamoso/flocoloso como o exemplar do Lebre,
- pelos esporos mais angulosus,
- pelo pé mais fino (até 0,5cm de largura enquanto o E.tjallingiorum vai até 1cm) e
- pelas pigmentações exclusivamente intracelulares ao contrário do E. tjallingiorum com "incrusting pigment in pileitrama", que não consigo ver nas fotos (ou não sei ver...).
- odor ligeiro farinhoso a espermático (E.tjallingiorum tem odor nulo)
Lebre, consegues confirmar a existÊncia dos tais pigmentos incrustados na pileitrama (trama do píleo)?
Já agora confirmas os dados da largura do pé e do odor nulo?
Zamanita- Carpóforo
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Re: Entoloma cf. tjallingiorum
Olá Zamanita,
Agradeço os dados qua aduziste relativamente ao comparativo entre as duas espécies que o "mestre" considera semelhantes e próximas de E. panniculus, onde tudo começou. Relativamente às tuas questões não posso ser muito afirmativo:
- Também para mim é ainda muito difícil descortinar toda a panóplia de variações da pigmentação existente neste género. Por ter dificuldades de vizualização é que junto uma gota de vermelho do congo na esperança de que havendo diferenças de pigmentação elas sejam mais notórias. É claro que com isso não posso ter grande percepção àcerca da cor da pigmentação, que parece ser outro dado importante. Neste caso, penso que a existência de pigmentação se traduz por uma diferente coloração dos tecidos, havendo uma espécie de manchas de cores diferentes.
- Não fiz medições exactas dos diâmetros dos pés dos exemplares que colhi, mas os dados que referes parecem ajustar-se, uma vez que o maior dos exemplares teria na base cerca de 1 cm de diâmetro e um por volta de 0,5 cm na parte central.
- Relativamente ao cheiro nada posso acrescentar, pois a constipação crónica não me permite fazer distinções subtis. Não notei nenhum odor especial, mas isso não significa nada.
Um abraço,
Lebre
Agradeço os dados qua aduziste relativamente ao comparativo entre as duas espécies que o "mestre" considera semelhantes e próximas de E. panniculus, onde tudo começou. Relativamente às tuas questões não posso ser muito afirmativo:
- Também para mim é ainda muito difícil descortinar toda a panóplia de variações da pigmentação existente neste género. Por ter dificuldades de vizualização é que junto uma gota de vermelho do congo na esperança de que havendo diferenças de pigmentação elas sejam mais notórias. É claro que com isso não posso ter grande percepção àcerca da cor da pigmentação, que parece ser outro dado importante. Neste caso, penso que a existência de pigmentação se traduz por uma diferente coloração dos tecidos, havendo uma espécie de manchas de cores diferentes.
- Não fiz medições exactas dos diâmetros dos pés dos exemplares que colhi, mas os dados que referes parecem ajustar-se, uma vez que o maior dos exemplares teria na base cerca de 1 cm de diâmetro e um por volta de 0,5 cm na parte central.
- Relativamente ao cheiro nada posso acrescentar, pois a constipação crónica não me permite fazer distinções subtis. Não notei nenhum odor especial, mas isso não significa nada.
Um abraço,
Lebre
Lebre- Carpóforo
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Re: Entoloma cf. tjallingiorum
Antes de mais, quero agradecer a chamada de atenção para o site Mycobank, muito útil.
O único comentário adicional que tenho a fazer é que, tendo em conta as descrições, na observação macroscópica destes Entoloma faz falta examinar as cores do contexto, o que aliás teria sempre de acontecer tendo em conta a "obrigatoriedade" de observar-se o corte longitudinal.
O único comentário adicional que tenho a fazer é que, tendo em conta as descrições, na observação macroscópica destes Entoloma faz falta examinar as cores do contexto, o que aliás teria sempre de acontecer tendo em conta a "obrigatoriedade" de observar-se o corte longitudinal.
Re: Entoloma cf. tjallingiorum
Aqui vai mais uma fotgrafia para colmatar a falta:
As "obrigações" são para ser cumpridas. Só espero que alguém não venha dizer que o tópico está a ficar sobrecarregado de fotografias.
As "obrigações" são para ser cumpridas. Só espero que alguém não venha dizer que o tópico está a ficar sobrecarregado de fotografias.
Lebre- Carpóforo
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Re: Entoloma cf. tjallingiorum
Não era uma crítica, OK? Ainda bem que o corte longitudinal está registado.
E já agora, para um post destes não há fotos a mais...
Eu fui levado a apontar esse detalhe por causa das diferenças a esse nível nas descrições:
E. dichroum: Context concolorous with surface in cortex, pale greyish-blue in inner parts.
E. tjallingiorum: Context concolorous with surface in cortex, pallid in inner part of fleshy specimens.
Parece-me ser mais condizente com a segunda, embora não se possa falar de fleshy, mas as distinções com base nas fotos podem ser sempre algo subjectivas, é claro.
E já agora, para um post destes não há fotos a mais...
Eu fui levado a apontar esse detalhe por causa das diferenças a esse nível nas descrições:
E. dichroum: Context concolorous with surface in cortex, pale greyish-blue in inner parts.
E. tjallingiorum: Context concolorous with surface in cortex, pallid in inner part of fleshy specimens.
Parece-me ser mais condizente com a segunda, embora não se possa falar de fleshy, mas as distinções com base nas fotos podem ser sempre algo subjectivas, é claro.
Re: Entoloma cf. tjallingiorum
Agradeço ao Loco Gato a contribuição, mas não percebo a subtil diferença que os textos relativos às duas espécies pretende explicitar.
Passadas que foram duas semanas sobre a observação tratada neste tópico voltei ao local do "crime" para averiguar da existência ou não de mais exemplares. Não tinha grande esperança, uma vez que nesse interregno não tem chovido. Foi, pois, com alguma surpresa que verifiquei que havia novos exemplares. Desta vez encontrei quatro. Para não sobrecarregar o tópico com imagens, seleccionei o exemplar que colhi e coloquei algumas fotografias dele num quadro: estão cada vez mais vistosos!
Este exemplar, em particular, vem evidenciar mais uma das características da espécie Entoloma tjallingiorum na descrição de "Noordeloos, M.E. 1992, Entoloma s.l., Fungi Europaei 5: 429", acessível em mycobank:
"(pileus) ... with undulating marginal zone with age"
e parte doutra na continuação da mesma descrição:
"... and when young, radially fibrillose, tomentose then squamulose all over, dull."
De facto, a chapéu é bem ondulado e a margem é escamosa, dando-lhe uma aparência crenada.
Passadas que foram duas semanas sobre a observação tratada neste tópico voltei ao local do "crime" para averiguar da existência ou não de mais exemplares. Não tinha grande esperança, uma vez que nesse interregno não tem chovido. Foi, pois, com alguma surpresa que verifiquei que havia novos exemplares. Desta vez encontrei quatro. Para não sobrecarregar o tópico com imagens, seleccionei o exemplar que colhi e coloquei algumas fotografias dele num quadro: estão cada vez mais vistosos!
Este exemplar, em particular, vem evidenciar mais uma das características da espécie Entoloma tjallingiorum na descrição de "Noordeloos, M.E. 1992, Entoloma s.l., Fungi Europaei 5: 429", acessível em mycobank:
"(pileus) ... with undulating marginal zone with age"
e parte doutra na continuação da mesma descrição:
"... and when young, radially fibrillose, tomentose then squamulose all over, dull."
De facto, a chapéu é bem ondulado e a margem é escamosa, dando-lhe uma aparência crenada.
Lebre- Carpóforo
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Re: Entoloma cf. tjallingiorum
Antes de mais, não tenho dúvidas que a identificação como Entoloma tjallingiorum está correcta. Mas parabéns pela persistência que foi recompensada com novos exemplares, pois há sempre coisas novas nesta aprendizagem em colectivo. Ficamos todos a ganhar.Lebre escreveu:Agradeço ao Loco Gato a contribuição, mas não percebo a subtil diferença que os textos relativos às duas espécies pretende explicitar.
Procurando esclarecer a questão que pus (em função de distinguir de E. dichroum): os cortes longitudinais mostrados acima revelavam que no píleo o contexto é subconcolor à cutícula, enquanto no estipe (que é do que se tratava) o interior é bege, aparentemente sem tons cinzento-azulados. Mas a foto deixa-me algumas dúvidas, por isso eu referi subjectividade, quem viu (directamente) poderá julgar melhor.
Sobre as novas fotos, é excelente o pormenor da aresta das lâminas «irregularly serrate, concolorous» (canto inferior esquerdo, topo ao centro, e também na 5ª foto do post original). Também concordo com o carácter crenado da margem, que não está na descrição mas é correctamente evidenciado na foto do canto inferior direito, contudo não me parece que seja associado à textura escamulosa, mas sim ao início das lâminas (estrias esbranquiçadas coincidem com as lâminas que não são mais diminutas, só vísível na foto do canto superior esquerdo).
Já tenho algumas dúvidas em considerar nestas novas fotos «with undulating marginal zone with age»: a margem ondulada, embora se suspeite já (fotos nos cantos superiores) seria de esperar «with age», quando, segundo a descrição, o píleo tem uma «deflexed margin» (o que talvez seja o caso no 4º a contar da esquerda, no que chamei a 'fotografia de família').
Re: Entoloma cf. tjallingiorum
Obrigado, Loco Gato, pelos seus comentários.
Estou de acordo com os relativos a este novo exemplar e eles permitem relacionar algumas características do exemplar em causa, no contexto da descrição da espécie, que vistas isoladamente não têm grande significado.
Aproveitando a circcunstância de estar a "falar" com alguém entendido na matéria, deixe-me dar algumas explicações e colocar algumas perguntas:
- Quando usei o termo (talvez, tecnicamente incorrecto) "ondulado" fi-lo em relação ao chapéu e não à margem - no sentido em que a curva que se obtém, atravessando o chapéu de margem a margem passando pelo centro, é variável consoante o ponto de partida escolhido; por contraposição, no tópico da espécie Entoloma bloxamii temos um exemplo em que tudo é suave e o chapéu não se apresenta ondulado.
Como referir (adequadamente) esta caracerística?
Estou completamente de acordo que a margem deve ser descrita como deflexa nos exemplares mais maduros.
- Relativamente ao crenado da margem:
Se bem entendi das suas palavras, o chapéu apresenta estrias (ou fissuras?) nos sítios onde por baixo, no himénio, se inserem as lâminas (não as lamélulas) e que correspondem ao riscos radiais brancos que se observam nas fotografias do chapéu visto de cima. Por outro lado, o tecido da margem neste exemplar é mais do que fibriloso, é escamoso. Estes dois fenómenos juntos é que dão ao à margem a "aparência crenada" a que eu me referi na minha mensagem. Será assim?
Por outras palavras, o crenado não é um fenómeno intrínseco do cogumelo, como acontece em outras espécies (estou a lembrar-me de algumas Laccaria e de alguns Tricholoma da secção Albobrunneus, mas há concerteza muito mais exemplos) mas o resultado de um processo físico dos vários tecidos na maturação.
Para concluir as observações sobre o novo exemplar deixe-me mencionar um que não citei na mensagem anterior: trata-se do exemplar mais maduro dos que já colhi, como se pode deduzir das características que estamos a debater e que não se apresentavam nos anteriores, apresentado as lâminas de um rosa mais intenso que qualquer dos outros. Esta coloração não foi bem traduzida nas fotografias, talvez por a luz natural ser diferente nos dois dias das observações em campo e a máquina tender a esbater essas diferenças.
Para finalizar uns comentários em relação ao corte longitudinal e, como disse e bem, entramos em terrenos que se prestam a uma maior subjectividade. No meu entender a parte esquerda da fotografia exibindo o corte não dá qualquer informação relevante por ter, o que na gíria se designa por, "muita luz", uma vez que o tecido do interior do cogumelo serviu como um espelho reflectindo toda a luz natural existente. Mas, a parte direita da fotografia, por ter uma orientação espacial diferente, dá algumas informações. E o que eu vejo na zona mais interior do estipe são uns tons acinzentados/azulados e não beges. Beges a castanho claro vejo-os na base.
No site "mycobank" além da descrição de Noodeloos de que já foram citadas algumas passagens, há uma outra em que Noordeloos figura como co-autor retirada de " 1988, Flora Agaricina Neerlandica 1: 153". Aí a descrição do contexto é feita do seguinte modo:
"Context beige with violaceous blue tinge in pileus and cortex of stipe, often more greyish in centre of stipe".
Já agora acrescento que, sempre no meu entender, as cores azuis do chapéu, aqueles que me levaram a chamar-lhe "Entoloma azul", estão bem patentes nesta fotografia, por ser essa a cor que eu vejo nos contornos quer do chapéu quer do pé.
Saudações,
Lebre
Estou de acordo com os relativos a este novo exemplar e eles permitem relacionar algumas características do exemplar em causa, no contexto da descrição da espécie, que vistas isoladamente não têm grande significado.
Aproveitando a circcunstância de estar a "falar" com alguém entendido na matéria, deixe-me dar algumas explicações e colocar algumas perguntas:
- Quando usei o termo (talvez, tecnicamente incorrecto) "ondulado" fi-lo em relação ao chapéu e não à margem - no sentido em que a curva que se obtém, atravessando o chapéu de margem a margem passando pelo centro, é variável consoante o ponto de partida escolhido; por contraposição, no tópico da espécie Entoloma bloxamii temos um exemplo em que tudo é suave e o chapéu não se apresenta ondulado.
Como referir (adequadamente) esta caracerística?
Estou completamente de acordo que a margem deve ser descrita como deflexa nos exemplares mais maduros.
- Relativamente ao crenado da margem:
Se bem entendi das suas palavras, o chapéu apresenta estrias (ou fissuras?) nos sítios onde por baixo, no himénio, se inserem as lâminas (não as lamélulas) e que correspondem ao riscos radiais brancos que se observam nas fotografias do chapéu visto de cima. Por outro lado, o tecido da margem neste exemplar é mais do que fibriloso, é escamoso. Estes dois fenómenos juntos é que dão ao à margem a "aparência crenada" a que eu me referi na minha mensagem. Será assim?
Por outras palavras, o crenado não é um fenómeno intrínseco do cogumelo, como acontece em outras espécies (estou a lembrar-me de algumas Laccaria e de alguns Tricholoma da secção Albobrunneus, mas há concerteza muito mais exemplos) mas o resultado de um processo físico dos vários tecidos na maturação.
Para concluir as observações sobre o novo exemplar deixe-me mencionar um que não citei na mensagem anterior: trata-se do exemplar mais maduro dos que já colhi, como se pode deduzir das características que estamos a debater e que não se apresentavam nos anteriores, apresentado as lâminas de um rosa mais intenso que qualquer dos outros. Esta coloração não foi bem traduzida nas fotografias, talvez por a luz natural ser diferente nos dois dias das observações em campo e a máquina tender a esbater essas diferenças.
Para finalizar uns comentários em relação ao corte longitudinal e, como disse e bem, entramos em terrenos que se prestam a uma maior subjectividade. No meu entender a parte esquerda da fotografia exibindo o corte não dá qualquer informação relevante por ter, o que na gíria se designa por, "muita luz", uma vez que o tecido do interior do cogumelo serviu como um espelho reflectindo toda a luz natural existente. Mas, a parte direita da fotografia, por ter uma orientação espacial diferente, dá algumas informações. E o que eu vejo na zona mais interior do estipe são uns tons acinzentados/azulados e não beges. Beges a castanho claro vejo-os na base.
No site "mycobank" além da descrição de Noodeloos de que já foram citadas algumas passagens, há uma outra em que Noordeloos figura como co-autor retirada de " 1988, Flora Agaricina Neerlandica 1: 153". Aí a descrição do contexto é feita do seguinte modo:
"Context beige with violaceous blue tinge in pileus and cortex of stipe, often more greyish in centre of stipe".
Já agora acrescento que, sempre no meu entender, as cores azuis do chapéu, aqueles que me levaram a chamar-lhe "Entoloma azul", estão bem patentes nesta fotografia, por ser essa a cor que eu vejo nos contornos quer do chapéu quer do pé.
Saudações,
Lebre
Lebre- Carpóforo
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Re: Entoloma cf. tjallingiorum
O termo é correcto mas aplica-se, se nada mais for especificado, à margem do chapéu (e é assim que se deve entender a referência do Mycobank). Para aquilo que pretende, dir-se-ia plano-convexo irregular.Lebre escreveu: - Quando usei o termo (talvez, tecnicamente incorrecto) "ondulado" fi-lo em relação ao chapéu e não à margem - no sentido em que a curva que se obtém, atravessando o chapéu de margem a margem passando pelo centro, é variável consoante o ponto de partida escolhido
Discordo no que respeita à interpretação de escamoso como sendo causa de crenado, pois cada projecção da margem não é uma escama. Aliás, a observação do chapéu mostra claramente que ele é, bem mais dentro do que na margem, escamuloso ("all over"), a diferença na margem é uma intensificação dos tons azulados nos troços projectados, que pode tornar mais evidente o aspecto crenado, mas este em si mesmo tem outras causas.Lebre escreveu: - Relativamente ao crenado da margem:
Se bem entendi das suas palavras, o chapéu apresenta estrias (ou fissuras?) nos sítios onde por baixo, no himénio, se inserem as lâminas (não as lamélulas) e que correspondem ao riscos radiais brancos que se observam nas fotografias do chapéu visto de cima. Por outro lado, o tecido da margem neste exemplar é mais do que fibriloso, é escamoso. Estes dois fenómenos juntos é que dão ao à margem a "aparência crenada" a que eu me referi na minha mensagem. Será assim?
Concordo com essa interpretação, mas então é um fenómeno intrínseco (resultado de condicionantes físicas a nível local, no processo de expansão do chapéu à medida que amadurece), e para mais é reprodutível -- vê-se também na 2ª foto do início e em 2 exemplares da 'foto de família', mesmo tendo a margem incurvada. Pode ser algo de trivial para não ter merecido referência nas descrições de Noordeloos, ou simplesmente algo em que ele não reparou.Lebre escreveu:Por outras palavras, o crenado não é um fenómeno intrínseco do cogumelo, como acontece em outras espécies (estou a lembrar-me de algumas Laccaria e de alguns Tricholoma da secção Albobrunneus, mas há concerteza muito mais exemplos) mas o resultado de um processo físico dos vários tecidos na maturação.
Este comentário, que refere a descoloração da lâminas pela acumulação dos esporos, traz-nos a um dos tópicos em que me acho por vezes a discordar da maioria: a representação com fotos tem muitas limitações (embora as técnicas do livro de Roger Philips, infelizmente não seguidas por quase ninguém, praticamente se aproximem da perfeição), enquanto as reproduções "artísticas", geralmente em aguarela, exemplificadas nos guias de Courtecuisse e Duhem e de Marcel Bon, podem associar numa só figura caracteres que só um punhado de fotos, tiradas de várias maneiras, poderiam captar. Ou seja, é um erro julgar-se que as aguarelas como coisa do passado e ultrapassada. Por isso, sem menosprezar os guias com suporte fotográfico, e apesar dum ou outro exemplar cuja aguarela não parece nada verosímil, eu respeito e recomendo também os guias com aguarelas.Lebre escreveu:apresentado as lâminas de um rosa mais intenso que qualquer dos outros. Esta coloração não foi bem traduzida nas fotografias, talvez por a luz natural ser diferente nos dois dias das observações em campo e a máquina tender a esbater essas diferenças.
Não tinha reparado, obrigado (já agora, a lista de autores é para a série de livros, a descrição é só de Noordeloos). Enfim: será que o "more greyish" é o mesmo que "pallid"? Estas descrições imprecisas podem não ajudar muito a distinguir de E. dichroum, mas a coincidência total de toda a restante descrição com os exemplares observados já há muito me faz concluir que é E. tjallingiorum.Lebre escreveu:Para finalizar uns comentários em relação ao corte longitudinal ... a parte direita da fotografia, por ter uma orientação espacial diferente, dá algumas informações. E o que eu vejo na zona mais interior do estipe são uns tons acinzentados/azulados e não beges. Beges a castanho claro vejo-os na base.
No site "mycobank" além da descrição de Noodeloos de que já foram citadas algumas passagens, há uma outra em que Noordeloos figura como co-autor retirada de " 1988, Flora Agaricina Neerlandica 1: 153". Aí a descrição do contexto é feita do seguinte modo:
"Context beige with violaceous blue tinge in pileus and cortex of stipe, often more greyish in centre of stipe".
Isso de ser entendido na matéria é muito, mesmo muito relativo. Mas obrigado por interessar-se por estes meus interrogatórios.
Re: Entoloma cf. tjallingiorum
Eu é que agradeço as explicações, que penso que permitem a todos nós ter um melhor conhecimento destas pequenas maravilhas da natureza.
Lebre
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Lebre- Carpóforo
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2ª Geração
Foi com um misto de surpresa e satisfação que constatei que a "2ª geração" de exemplares vem a caminho, apesar das condições atmosféricas nas últimas semanas não terem sido as mais propícias. Anexo um quadro de fotografias onde à esquerda se podem ver os exemplares que observei da última vez já em muito mau estado e ao centro e à direita os três novos exemplares emergentes.
Lebre- Carpóforo
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Re: Entoloma cf. tjallingiorum
Entretanto tem estado a chuviscar, pode ser que eles se desenvolvam em pleno. Seria giro ter uma série temporal, se for possível fazer umas visitas pelo menos até eles estarem plenamente expandidos e começarem a secar, era um bónus...
Re: Entoloma cf. tjallingiorum
Era essa a minha intenção. Esperemos que resulte.
Lebre- Carpóforo
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Re: Entoloma cf. tjallingiorum
Amigo Lebre,
Excelente post!!! Já muito foi discutido e muito bem discutido!
Interpretando as suas fotos e comentários não consigo chegar á conclusão se será efectivamente E. tjalligiorum, E. dichroum ou quem sabe uma espécie ainda por descrever...
A macroscopia encaixa relativamente melhor em E. tjalligiorum, no entanto a microscopia (preceprivel das fotos) encaixa melhor em E. dichroum - só é perceptível a pigmentação intracelular e não a incrustante, bem como as medidas dos esporos (ainda que ambas sejam muito próximas!), assim como a estrutura da pileipelis que na foto em que é exibida parece um tricoderme e não uma cutis em transição para tricoderme... obviamente que estes caracteres são de dificil observação!
Assim a meu ver, até mais desenvolvimentos o cf. está tecnicamente perfeito...
Se me puder enviar os exemplares, assim que eu tiver chance faço-lhes a microscopia e volto á carga neste tópico!
Abraço
Excelente post!!! Já muito foi discutido e muito bem discutido!
Interpretando as suas fotos e comentários não consigo chegar á conclusão se será efectivamente E. tjalligiorum, E. dichroum ou quem sabe uma espécie ainda por descrever...
A macroscopia encaixa relativamente melhor em E. tjalligiorum, no entanto a microscopia (preceprivel das fotos) encaixa melhor em E. dichroum - só é perceptível a pigmentação intracelular e não a incrustante, bem como as medidas dos esporos (ainda que ambas sejam muito próximas!), assim como a estrutura da pileipelis que na foto em que é exibida parece um tricoderme e não uma cutis em transição para tricoderme... obviamente que estes caracteres são de dificil observação!
Assim a meu ver, até mais desenvolvimentos o cf. está tecnicamente perfeito...
Se me puder enviar os exemplares, assim que eu tiver chance faço-lhes a microscopia e volto á carga neste tópico!
Abraço
*ento*loma*- Admin
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Re: Entoloma cf. tjallingiorum
Obrigado, *ento*loma*, pelo seu comentário e por se dispor a analisar o material.
Assim, o que for... soará!
Também me parece que macroscopicamente os exemplares encaixam bem em E. tjallingiorum. O problema é que a observação microscópica deixa muito a desejar, por dois motivos: a minha inexperiênica e o microscópio também não ajuda. A distinção entre pigmentação intracelular e incrustrante não parece ser fácil de descirnir. Dos dados que obtive o que me parece ser mais "fora do contexto" daquela espécie é a medida da largura dos esporos, que está fora do intervalo mencionado nas descrições e, por outro lado, encaixa bem em E. dichorum.
Aguardemos, pois.
Um abraço,
Lebre
Assim, o que for... soará!
Também me parece que macroscopicamente os exemplares encaixam bem em E. tjallingiorum. O problema é que a observação microscópica deixa muito a desejar, por dois motivos: a minha inexperiênica e o microscópio também não ajuda. A distinção entre pigmentação intracelular e incrustrante não parece ser fácil de descirnir. Dos dados que obtive o que me parece ser mais "fora do contexto" daquela espécie é a medida da largura dos esporos, que está fora do intervalo mencionado nas descrições e, por outro lado, encaixa bem em E. dichorum.
Aguardemos, pois.
Um abraço,
Lebre
Lebre- Carpóforo
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Re: Entoloma cf. tjallingiorum
Otra posibilidad puede ser E. cedretorum.
Sabino- Primordia
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Fungónimo : Geoglossum
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Re: Entoloma cf. tjallingiorum
Obrigado, Sabino, por mais esta proposta.
Quere-me parecer que a espécie que propões pode ser descartada, uma vez que tem a aresta fértil e não tem cistídios, de acordo com a descrição de M. Noordeloos em Fungi Europaei 5: 453, acessível em "Mycobank". O que penso ver na aresta (ver imagem anexa) é que ela é heterogéna. Aproveito a ocasião para anexar mais umas imagens da lâmina, que substituem com vantagem as anteriormente apresentadas.
Mas talvez o melhor seja aguardar pelas conclusões do *ento*loma* a quem enviei exemplares para análise.
Um abraço,
Lebre
Aresta da lâmina;
Lâmina - detalhes.
Quere-me parecer que a espécie que propões pode ser descartada, uma vez que tem a aresta fértil e não tem cistídios, de acordo com a descrição de M. Noordeloos em Fungi Europaei 5: 453, acessível em "Mycobank". O que penso ver na aresta (ver imagem anexa) é que ela é heterogéna. Aproveito a ocasião para anexar mais umas imagens da lâmina, que substituem com vantagem as anteriormente apresentadas.
Mas talvez o melhor seja aguardar pelas conclusões do *ento*loma* a quem enviei exemplares para análise.
Um abraço,
Lebre
Aresta da lâmina;
Lâmina - detalhes.
Lebre- Carpóforo
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