Amanita spissa (vs. A. rubescens vs. A. pantherina)

HABITAT: Variado

CHAPÉU:
- Convexo com 8,5cm de diâmetro
- Cutícula parda/cinzenta, com escamas e muito fácil de separar
- Lâminas de cor branco-sujo que bifurcam junto à margem
- Tem fissuras
- Carne branca

PÉ:

- Bolboso. Parece que é formado por camadas sobrepostas até ao anel. Tem 4,5cm no bolbo e 1,8cm no
topo
- Anel pendente e frágil
- Entre o anel e as lâminas é estriado longitudinalmente
- A carne acastanha um pouco no bolbo quando é cortado

AROMA: Suave e indefinido

SABOR: Doce e indefinido










Flávio

Olá Flavio,

Não sou nenhum expert na matéria mas cá vai, penso que se pode tratar de A. panterina , o tipo de volva o anel, e a cor da carne ao corte pelo menos parecem coincidir.
Se fosse A. rubescens devia então ter tonalidades rosadas, o que não consigo visualizar na espécie que apresentas. Mas vamos esperar por outras opiniões.

Abraço

Não é Amanita rubescens, pelas razões que o ZecTarius já referiu (não há avermelhamento da carne nem tons rosados/avermelhados no pé), mas também não é Amanita pantherina. Trata-se, na realidade, de Amanita spissa.

As principais diferenças macroscópicas entre A. spissa e A. pantherina são as seguintes:

- Margem não estriada na A. spissa e estriada na A. pantherina (os esporos são amilóides no primeiro caso e não-amilóides no segundo, o que se pode verificar com o reagente de Melzer);
- A. spissa tem o anel estriado na parte superior, o que não ocorre em A. pantherina;
- A. pantherina tem uma volva circuncisa (com uma baínha muito marcada), enquanto que A. spissa tem uma volva formada por pequenos anéis que são restos do véu, mas não apresenta baínha;
- A distribuição das placas no chapéu é diferente entre as duas espécies.

Pedro,

Mais uma uma duvida dissipada, para mim que sempre confundi estas duas espécies a tua explicação não podia ter sido mais concreta.
Obrigado

ZecTarius

Pedro, acho que dissipaste todas as dúvidas, de facto também me parecia à primeira vista Amanita Phanterina mas o aspecto da volva não batia certo. Fábio, deixo-te algumas fotos da Amanita Rubescens onde podes verificar os tons rosados, no chapéu e na volva:

Obrigado a todos.

Flávio

Para complementar o que foi dito, eis uma fotografia de alguns exemplares de Amanita pantherina, tirada durante o encontro na Serra de Grândola, em Dezembro de 2009.



Os exemplares não estavam em muito bom estado, mas é possível ver algumas das características distintivas desta espécie, nomeadamente a volva circuncisa (comparar com as volvas muito diferentes de A. rubescens e A. spissa) e a distribuição muito uniforme dos restos do véu universal no chapéu. Neste caso a margem estriada não é perceptível (nem sempre o é), mas a utilização do Reagente de Melzer tiraria quaisquer dúvidas.

Por fim, a carne do pé de Amanita spissa pode acastanhar em alguns pontos ao corte, o que não acontece com Amanita pantherina (branco imutável) e, como já sabemos, no caso de A. rubescens adquire tons avermelhados - que são, aliás, visíveis exteriormente.

Já agora, das 3 espécies Amanita spissa parece ser a menos comum em Portugal (ou mais frequentemente mal identificada?), portanto é um achado bastante interessante e digno de registo, Flávio!

Encontrei um este sábado tal e qual os primeiros.
Identifiquei como sendo pantherina tb.
Nunca tinha encontrado um Amanita, não se vem mts por aqui