ICNB vai lançar biblioteca online com cogumelos também!

Acesso gratuito a mais de 30 anos de informação - ICNB lança biblioteca digital com 1500 documentos sobre animais e plantas

No Público de 22.Nov.2008

É uma notícia que antecede a disponibilização destes conteúdos online no site do ICNB - Área Flora e Fungos.

Ficamos então a aguardar.

Até breve!

Manel

É uma boa dica Manel, sí sinhô.
1 Abraço

Já está nos "Favoritos"

Um abraço

Conforme tinha sido anunciado, já está disponível um relatório que me parece bastante completo, datado de 2003, com as espécies identificadas nesta área.

O link é este.

É curioso perceber como bate certo, o lugar das ocorrências das espécies que fui encontrando aqui e agora vejo neste relatório. Também há uma ou outra, identificação incompleta, mas aqui sugerida, como a Amanita fulva, por exemplo e que ocorre, nos locais onde as fotografei. Em 2003, data do relatório, ainda deviam usar o nome Rozites Caperatus e não Cortinarius. Por último, procurei na lista o Craterellus cornucopiodes, mas não encontrei. Eu identifiquei-o no Trilho dos Moinhos e Regadios que é do PNPG. Será que temos no Fórum, um exemplar que o ICNB ainda não identificou na Parque Nacional da Peneda-Gerês?

Até breve!

Manel

Boa, Manel.
Conheço tão poucos registos de micoflora portuguesa que é óptimo ficar a conhecer outro.
Estes estudos não são fáceis de fazer, envolvem uma monitorização permanente para serem exaustivos.
Citando o próprio estudo:"os inventários micológicos de uma determinada área requerem vários anos (mínimo 5 anos) de trabalho de campo e laboratorial intenso. Uma vez que as espécies diferem nos meses em que frutificam e, conforme os casos, algumas espécies podem ser observadas em diferentes meses, as amostragens devem repetir-se periodicamente nos mesmos locais".
Dadas as dificuldades da monitorização, não me parece improvável que tenhamos ou venhamos a ter aqui no forúm, espécies ainda não identificadas nesses locais.

Pode ser mais uma motivação para os cogumeleiros aí do norte
Toca a descobrir espécies não referenciadas!!

Abraço

Boa malha
MANEL

É curioso verificar que o Tricholoma equestre aparece na lista dos "principais cogumelos tóxicos". Este cogumelo, amplamente divulgado e discutido aqui no forum, continua a merecer a minha especial admiração. É um verdadeiro case study. Não há estudo ou texto minimamente honesto em que este rapaz não apareça como 'mau da fita', contudo as dúvidas relativas à sua toxidade mantêm-se (pelo menos para mim).

1 grande abraço
PEDRA

Sabes Pedra...

Tanto pelos aspectos tóxicos pouco claros ou clarificados, como pelo que acontece nos pinhais, com foices e ancinhos, por agora, prefiro não bulir com eles.

Até breve!

Manel

manel escreveu:Por último, procurei na lista o Craterellus cornucopiodes, mas não encontrei. Eu identifiquei-o no Trilho dos Moinhos e Regadios que é do PNPG. Será que temos no Fórum, um exemplar que o ICNB ainda não identificou na Parque Nacional da Peneda-Gerês?

É mais que natural que assim seja. As listas são, por definição, incompletas. E alguma vez poderão ser exaustivas, como se refere noutro local? Em teoria... talvez, mas é muito mais que uma questão de tempo (uns dizem que são precisos 5 anos, outros propõem 10, eu cá digo que poderia até ser um ou dois bons anos), essencial é a maneira como se desenha a amostragem. Da minha experiência, os factores fundamentais para se conseguir a amostragem adequada (já nem digo exaustiva) são:

1. Homogeneidade ecológica de cada habitat a considerar (solo e, sobretudo, cobertura vegetal);
   
2. Área contínua de cada parcela (pequeno demais não é representativo, mesmo que apareça lá muito cogumelo)
   
3. Replicação (isto é, várias parcelas equivalentes)
   
4. Intensidade de amostragem (idealmente, duas vezes por semana em cada parcela)
   
5. Duração da amostragem (estações sazonais completas, e vários anos, em todas as parcelas)

Uff!!... que programa, não é? Por isso não admira que uma equipa que se dedicou a estudar os cogumelos durante algumas estações não visse o que o manel viu. Perfeitamente normal.
Gosto especialmente da frase que é atribuída ao Prof. Francisco Calonge (Madrid): as espécies novas aparecem onde há micologistas para encontrá-las.
As listas, por definição incompletas como disse, são-no por todos estes motivos, e também porque as visitas às parcelas são sempre apressadas e ainda porque, com muita pena nossa, mesmo que haja um batalhão de gente a "bater" a área, há sempre muitas espécies, mais discretas, que ficam sempre por ver, ou porque são pequenas, ou camufladas, ou nunca emergem (hipógeas). No primeiro aspecto (proximidade que permite amostragens extensas) houve em tempos uma jovem micóloga, Sara Meyer Branco, que estava a tempo inteiro no Parque de Montesinho. Se tivesse tido o apoio que merecia (não estou a dizer que não tivesse apoio, falo do apoio que ela merecia), talvez só estivesse nos Estados Unidos a fazer... Micologia... o quanto bastasse, e cheia de vontade de manter a continuidade das suas observações no Parque. Mas já estou a divagar, desculpem. A Sara há-de voltar, e espero que venha encontrar o seu país cheio de gente a dedicar-se aos cogumelos.
Nota: vou pôr este texto também em Oficina.