Coprinus comatus
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Coprinus comatus
Algum material acumulado do Outono do que normalmente se entende por Coprinus s.l., ou seja Coprinus em sentido lato, foi agora analisado.
A primeira espécie que aqui apresento é talvez o mais emblemático dos Coprinus (quer em lato sensu quer em stricto sensu), talvez por ser um bom comestível (já provei e era excelente, ainda que a dose fosse reduzida). Já o encontrei por diversas vezes e sempre na borda de estradas ou, como no caso da observação que serve de suporte a este tópico, mesmo no "meio" da estrada (i.e. já na faixa de rodagem, pelo que me apercebi deles ao passar por cima com o carro).
Para a determinação da espécie apresento primeiro uma breve descrição a que se segue a evolução na "chave de Kees Uljé", uma referência que recomendo a todos na ausência de bibliografia específica, como é o meu caso. No final apresento as fotografias da observação no terreno e da microscopia.
Breve descrição:
Chapéu oblongo no jovem e convexo com margem excedente no maduro; Cutícula de cor branca, lanoso, com grandes escamas castanhas na coroa, mais pequenas e reviradas na margem, sendo o centro ligeiramente deprimido e com manchas castanhas mais escuras;
Lâminas brancas a levemente rosadas no jovem, castanho escuro a preto no mais maduro;
Pé cilíndrico, branco, coberto de fibrilas dispostas longitudinalmente, apresentando um pequeno bolbo na base encimado por um anel acastanhado e fibriloso.
Esporos de forma elipsoidal ostentando um poro germinativo excêntrico, com as seguintes dimensões:
11.3 [13 ; 13.5] 15.2 x 6.9 [7.8 ; 8.1] 9.1 µm
Q = 1.4 [1.6 ; 1.7] 1.9 ; N = 50 ; C = 95%
Me = 13.2 x 8 µm ; Qe = 1.7
Basídios e pleurocistídios não observados; Queilocistídios de várias formas e grandes dimensões;
Véu constituído por cadeias de células de grandes dimensões.
Evolução na chave:
A - Determinação da Secção/Subsecção:
1. Píleo com véu, sem pêlos ou cerdas.
4. Véu consistindo sobretudo de elementos alongados; Secção Coprinus
5. Véu escasso, fortemente aderente à superfície de píleo e geralmente difícil de remover; basidiocarpos médio a bastante grande, com 40-10 milímetros de largura do estipe; píleo branco, acinzentado, de castanho-acinzentado a ocre-acastanhado debaixo do véu, se branco o píleo com anel no estipe.
6. Píleo esbranquiçado com centro creme, ocre, ou castanho escuro; estipe com anel na metade inferior do estipe; véu branco;
----------> Subsecção Coprinus Sing.
B - Determinação da espécie:
1. Não em estrume; esporos: 9-12.5 x 7-9 µm.
----------> C. comatus.
Apesar de o comprimento apurado para os esporos ser algo superior ao mencionado, não há alternativa na chave. Talvez isso se deva há existência de um grande número de variedades nesta espécie. Outras referências indicam esporos de maiores dimensões, por exemplo, "mykoweb".
Fotografias
Detalhes;
Observação da lâmina;
Observação do véu.
A primeira espécie que aqui apresento é talvez o mais emblemático dos Coprinus (quer em lato sensu quer em stricto sensu), talvez por ser um bom comestível (já provei e era excelente, ainda que a dose fosse reduzida). Já o encontrei por diversas vezes e sempre na borda de estradas ou, como no caso da observação que serve de suporte a este tópico, mesmo no "meio" da estrada (i.e. já na faixa de rodagem, pelo que me apercebi deles ao passar por cima com o carro).
Para a determinação da espécie apresento primeiro uma breve descrição a que se segue a evolução na "chave de Kees Uljé", uma referência que recomendo a todos na ausência de bibliografia específica, como é o meu caso. No final apresento as fotografias da observação no terreno e da microscopia.
Breve descrição:
Chapéu oblongo no jovem e convexo com margem excedente no maduro; Cutícula de cor branca, lanoso, com grandes escamas castanhas na coroa, mais pequenas e reviradas na margem, sendo o centro ligeiramente deprimido e com manchas castanhas mais escuras;
Lâminas brancas a levemente rosadas no jovem, castanho escuro a preto no mais maduro;
Pé cilíndrico, branco, coberto de fibrilas dispostas longitudinalmente, apresentando um pequeno bolbo na base encimado por um anel acastanhado e fibriloso.
Esporos de forma elipsoidal ostentando um poro germinativo excêntrico, com as seguintes dimensões:
11.3 [13 ; 13.5] 15.2 x 6.9 [7.8 ; 8.1] 9.1 µm
Q = 1.4 [1.6 ; 1.7] 1.9 ; N = 50 ; C = 95%
Me = 13.2 x 8 µm ; Qe = 1.7
Basídios e pleurocistídios não observados; Queilocistídios de várias formas e grandes dimensões;
Véu constituído por cadeias de células de grandes dimensões.
Evolução na chave:
A - Determinação da Secção/Subsecção:
1. Píleo com véu, sem pêlos ou cerdas.
4. Véu consistindo sobretudo de elementos alongados; Secção Coprinus
5. Véu escasso, fortemente aderente à superfície de píleo e geralmente difícil de remover; basidiocarpos médio a bastante grande, com 40-10 milímetros de largura do estipe; píleo branco, acinzentado, de castanho-acinzentado a ocre-acastanhado debaixo do véu, se branco o píleo com anel no estipe.
6. Píleo esbranquiçado com centro creme, ocre, ou castanho escuro; estipe com anel na metade inferior do estipe; véu branco;
----------> Subsecção Coprinus Sing.
B - Determinação da espécie:
1. Não em estrume; esporos: 9-12.5 x 7-9 µm.
----------> C. comatus.
Apesar de o comprimento apurado para os esporos ser algo superior ao mencionado, não há alternativa na chave. Talvez isso se deva há existência de um grande número de variedades nesta espécie. Outras referências indicam esporos de maiores dimensões, por exemplo, "mykoweb".
Fotografias
Detalhes;
Observação da lâmina;
Observação do véu.
Lebre- Carpóforo
- Número de Mensagens : 1208
Reputação : 9
Data de inscrição : 04/01/2009
Re: Coprinus comatus
Hola Lebre.
Coprinus comatus es una especie colectiva de la cual la Biología molecular esta demostrando la integración en ese taxon de varias especies distintas. Próximamente será publicado un trabajo al respecto. De momento Coprinus sp.
Antonio Ruiz.
www.micologiaiberica.com
Coprinus comatus es una especie colectiva de la cual la Biología molecular esta demostrando la integración en ese taxon de varias especies distintas. Próximamente será publicado un trabajo al respecto. De momento Coprinus sp.
Antonio Ruiz.
www.micologiaiberica.com
Antonio Ruiz- hifa
- Número de Mensagens : 27
Fungónimo : Antonio Ruiz
Reputação : 0
Data de inscrição : 13/11/2011
Re: Coprinus comatus
Olá António,
Obrigado pela tua opinião. É claro que tens razão. Eu já tinha visto no "Index fungorum" que sob o nome C. comatus se abriga um agregado de espécies, pelo menos a julgar pelo número de variedades aí indicadas e de que anexo aqui o resultado da consulta efectuada hoje:
Coprinus comatus (O.F. Müll.) Pers. 1797, (also see Species Fungorum: Coprinus comatus); Agaricaceae
Coprinus comatus f. comatus (O.F. Müll.) Pers. 1797; Agaricaceae
Coprinus comatus f. sphaerocephalus J.E. Lange 1938, (also see Species Fungorum: Coprinus comatus); Agaricaceae
Coprinus comatus var. breviceps Peck 1897; Agaricaceae
Coprinus comatus var. caprimammillatus Bogart 1975, (also see Species Fungorum: Coprinus comatus); Agaricaceae
Coprinus comatus var. caprimammillatus Bogart 1976; Agaricaceae
Coprinus comatus var. columellifer Speg.; Agaricaceae
Coprinus comatus var. comatus (O.F. Müll.) Pers. 1797; Agaricaceae
Coprinus comatus var. excentricus Bogart 1975; Agaricaceae
Coprinus comatus var. excentricus Bogart 1976; Agaricaceae
Coprinus comatus var. ovatus (Schaeff.) Quél. 1886, (also see Species Fungorum: Coprinus comatus); Agaricaceae
Coprinus comatus var. parvus Bogart 1975; Agaricaceae
Coprinus comatus var. parvus Bogart 1976; Agaricaceae
Coprinus comatus var. stellatolaciniatus Wichanský 1966; Agaricaceae
Coprinus comatus var. stellatus Šebek 1962; Agaricaceae
Coprinus comatus var. texensis Thiers 1960; Agaricaceae
Na minha opinião talvez a melhor designação para estes espécimes fosse C. cf. comatus, pois sempre é mais informativa do que um simples C. comatus, até o trabalho que referes ser divulgado.
Saudações,
Lebre
Obrigado pela tua opinião. É claro que tens razão. Eu já tinha visto no "Index fungorum" que sob o nome C. comatus se abriga um agregado de espécies, pelo menos a julgar pelo número de variedades aí indicadas e de que anexo aqui o resultado da consulta efectuada hoje:
Coprinus comatus (O.F. Müll.) Pers. 1797, (also see Species Fungorum: Coprinus comatus); Agaricaceae
Coprinus comatus f. comatus (O.F. Müll.) Pers. 1797; Agaricaceae
Coprinus comatus f. sphaerocephalus J.E. Lange 1938, (also see Species Fungorum: Coprinus comatus); Agaricaceae
Coprinus comatus var. breviceps Peck 1897; Agaricaceae
Coprinus comatus var. caprimammillatus Bogart 1975, (also see Species Fungorum: Coprinus comatus); Agaricaceae
Coprinus comatus var. caprimammillatus Bogart 1976; Agaricaceae
Coprinus comatus var. columellifer Speg.; Agaricaceae
Coprinus comatus var. comatus (O.F. Müll.) Pers. 1797; Agaricaceae
Coprinus comatus var. excentricus Bogart 1975; Agaricaceae
Coprinus comatus var. excentricus Bogart 1976; Agaricaceae
Coprinus comatus var. ovatus (Schaeff.) Quél. 1886, (also see Species Fungorum: Coprinus comatus); Agaricaceae
Coprinus comatus var. parvus Bogart 1975; Agaricaceae
Coprinus comatus var. parvus Bogart 1976; Agaricaceae
Coprinus comatus var. stellatolaciniatus Wichanský 1966; Agaricaceae
Coprinus comatus var. stellatus Šebek 1962; Agaricaceae
Coprinus comatus var. texensis Thiers 1960; Agaricaceae
Na minha opinião talvez a melhor designação para estes espécimes fosse C. cf. comatus, pois sempre é mais informativa do que um simples C. comatus, até o trabalho que referes ser divulgado.
Saudações,
Lebre
Lebre- Carpóforo
- Número de Mensagens : 1208
Reputação : 9
Data de inscrição : 04/01/2009
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