Peganhentos e com poros grandes

Amigos identificadores,

Enquanto espero por um guia melhor, já encomendado, peço a vossa paciência e compreensão para estes meus títulos estapafúrdios.

Olhem, é disto que estou a falar:


Estavam na Serra da Peneda, debaixo de coníferas, sobre relva húmida e num grupo concentrado e numeroso.
Os chapéus maiores andavam pelos 4 a 5 cm e eram pegajosos. Depois da esporada, ou seja no dia seguinte, continuavam pegajosos. Ou seja, não são como os suílos que só a cutícula é que é viscosa. Aqui toda a carne é peganhenta acho eu.
Os pés tinham cerca de 4 cm e eram levemente bulbosos.
Os poros são grandes. Como uma trama de alvéolos. O sabor era agradável e o cheiro também não sendo particularmente intenso na altura da colheita. A textura era borrachuda.
A esporada é castanha.
A carne fica esverdeada nos lugares por onde é cortada:

Pois se tem poros eu imaginei que fosse um boletale (será esta a expressão?) para além da cor e morfologia. Mas não ficaria surpreso se daqui a umas horas ou dias lesse uma explicação contraditória, fundamentada e fantástica. Não seria a primeira, não será a última.

Até breve!

Manel

Polecat!

Eu sabia que já tinha visto qualquer coisa parecida por aqui. Eu vou jurar, que anda aí outro post, de uns suillus bovinus mas que parecem ser maiores e não têm esta explicação e falam de um solo argilo arenoso... Mas diferentes...

Fiquei curioso, mas um pouco confuso quanto aos glandular dots ou pintas. Até fui ao congelador. O frio apagou-as. Da próxima vez que me atravessar com eles, vou prestar atenção. Obrigadão!

Eu tenho uns 4 congelados, pequeninos. Micofaja-se?

Até breve!

Manel

Um problema meu de sintaxe impediu que interpretasses a frase como queria...daí a tua confusão Experimenta ler agora



...e sim, são micofagíveis

Polecat...

Entendi, a estes faltam-lhes as ditas pintas nos pés. Mas chegaste lá pelos poros compostos. São muitas nuances pá...

Até breve!

Manel

Parecem-me Suillus bovinus bastante jovens. Uma das características dos Suillus é precisamente o aspecto glutinoso - escorregadios quando húmidos ou com tempo húmido e peganhentos com o tempo seco (basta ver a quantidade de detritos - folhas, etc... - que os exemplares secos têm agarrados aos chapéus ou aos pés). Os 'glandular dots' são característica apenas de algumas espécies de Suillus, não todos.

São comestíveis de fraca qualidade mas atenção: a película viscosa deve ser retirada porque tem propriedade laxantes! Se encontrares Suillus com anel (Suillus luteus, por exemplo) ou Suillus com os tais 'glandular dots' (por exemplo, Suillus bellini) terás melhores repastos do que com esta espécie...

Boa Pedro!

De facto estes não são nada apetecíveis. Portanto mais uma generalização. A cuticula dos suillus é para retirar sempre?
Só uma ultima curiosidade. Eu tapei-os enquanto fazia a esporada. Ao destapar, parecia terem fermentado. Havia ali um cheiro desagradável, mas que imediatamente se dissipou.

Tens razão. Já tive a sorte de encontrar Luteus duas vezes. Os primeiros, foram os que postei eram pequeninos, 8 cm, apenas uns 60 metros à frente destes. Os segundos, foi no Gerês. Deram azo à minha micofagia! uns chapéus mais cónicos, altos, compactos com 13 cm. Uns 6 só, muita cebola reduzida com vinho do porto e pasta penne.

Obrigado!

Manel

manel escreveu:Boa Pedro!

De facto estes não são nada apetecíveis. Portanto mais uma generalização. A cuticula dos suillus é para retirar sempre?
Só uma ultima curiosidade. Eu tapei-os enquanto fazia a esporada. Ao destapar, parecia terem fermentado. Havia ali um cheiro desagradável, mas que imediatamente se dissipou.

Em princípio, a cutícula dos Suillus é sempre para retirar. Em algumas espécies é quase obrigatório (por causa das tais propriedades laxantes), mas de uma forma geral, todas as pessoas que conheço que consomem Suillus retiram a cutícula.

Não deves tapar ao fazer a esporada; a humidade concentra-se e faz acelerar a decomposição. Este mesmo princípio é a razão pela qual não se devem transportar cogumelos num saco de plástico.

Tens razão. Já tive a sorte de encontrar Luteus duas vezes. Os primeiros, foram os que postei eram pequeninos, 8 cm, apenas uns 60 metros à frente destes. Os segundos, foi no Gerês. Deram azo à minha micofagia! uns chapéus mais cónicos, altos, compactos com 13 cm. Uns 6 só, muita cebola reduzida com vinho do porto e pasta penne.

Obrigado!

Manel

Obrigado pela "sugestão de apresentação". Quando tiver alguns Boletus ou Suillus para cozinhar, vou testar a tua receita!

Pedro,

Tens razão. Isso aconteceu. Mas se o fiz, foi porque li essa sugestão no mushroomexpert.com, alegando evitar correntes de ar. Talvez tenha sido um mal entendido meu. Mas o ressoado acontece. Não vou fazer isso mais.

Obrigado

Manel

As minhas esporadas são sempre feitas na garagem ou na cozinha. Uma folha de papel ou um acetato, exemplares bem desenvolvidos, durante umas boas horas (frequentemente, de um dia para o outro), num sítio plano e sem quaisquer cuidados especiais. Raramente não obtenho uma esporada substancial.

O uso de um acetato tem a vantagem de se poder por em cima de qualquer superfície de qualquer cor para obter contraste suficiente para julgar a cor da mesma e ainda ser mais fácil recolher os esporos para análise ao microscópio (raspar do papel acaba por resultar numa mistura de esporos e partículas de papel que tornam a observação mais aborrecida).

O que por vezes aconselham é colocar o pé dentro de um copo com água (para acelerar a maturação - não decomposição - dos espécimenes recolhidos), colocando depois um cartão com um orifício por onde se introduz o pé - assim o chapéu fica pousado no cartão e pode libertar lá os esporos. Nunca senti necessidade deste método, se bem que pode ser útil no caso de recolhermos espécimenes ainda imaturos e que necessitem de se desenvolver um pouco mais após a recolha para libertar os esporos.