Cogumelos de Portugal
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Xerocomus sp.?

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Mensagem  velho Qua 11 Nov 2009, 10:57

Xerocomus sp.? 255cn.th
Xerocomus sp.? 254ti.th
Xerocomus sp.? 265no.th
estas fotos são de um colega não sei caracteristicas
ele tem muitos na quinta dele e quer saber se são comestiveis
alguém me aconselha um bom guia de campo
e uma obra mais completa para ter em casa
já agora onde posso compra-los

velho
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Mensagem  Pedro Claro Qua 11 Nov 2009, 12:20

As fotos são más (estão todas desfocadas e não permitem ver quaisquer detalhes) e ainda por cima continuas a não redimensionar as imagens antes do upload para o Imageshack, o que dificulta a visualização.

Mesmo assim, posso dizer que se trata de uma boletácea, provavelmente, pelas cores avermelhadas e pelo estipe (pé) elegante, uma espécie do género Xerocomus. Mas sem certezas. Quanto à comestibilidade, como não se consegue determinar a espécie, é de rejeitar. Mas continua a fazer-me confusão esta tentação de comer todos os cogumelos que aparecem... Suspect Quando crescem ervas ou flores também as querem comer todas?... Quero voltar a alertar para os perigos do consumo de cogumelos quando, como parece ser o caso, o conhecimento acerca dos mesmos é nulo ou pouco mais... É colocar as vidas dos próprios e dos outros (família, amigos) em risco! E na grande maioria dos casos não é com base em fotografias, muitas vezes pouco elucidativas, que se conseguem ter certezas em relação à espécie que se observa!!! Não esperem colocar aqui fotografias e obter respostas do género: é comestível. Eu simplesmente recuso-me a jogar esse jogo e qualquer pessoa de bom senso fará o mesmo.

Bem, adiante.

Quanto aos guias de campo, em português não há nenhum que seja útil. Há dois bons guias de campo, um da autoria da dupla Courtecuisse/Duhem e outro da autoria de Marcel Bon. O primeiro existe em Francês e em Inglês; o segundo em Francês e Castelhano. Portanto, para quase todos os gostos. Os pequenos guias que existem em português têm muito poucas espécies e a sua utilidade prática é virtualmente nula.

Links para os livros que referi atrás:

Courtecuisse & Duhem, Collins, Inglês

Courtecuisse & Duhem, Delachaux & Niestlé, Francês

Marcel Bon, Flammarion, Francês

Não encontrei (pesquisa rápida) a versão do Bon em castelhano, mas descobri que também existe em inglês. Algumas destas versões estão esgotadas, mas vale a pena procurar, mesmo em segunda mão.

Pedro Claro
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Mensagem  velho Qua 11 Nov 2009, 19:16

Olá Pedro Claro,
Quanto às fotos postadas ainda não aprendi como reduzir as suas dimensões,
Continuo a coloca-las por duas razões:
Primeiro porque penso que não causam problemas ao fórum ( do tipo tornar o fórum mais lento, ou outros, não sei? Não percebo muito de informática), segundo porque estou com muita curiosidade.
Quanto a demonstrar muito interesse pelo facto das espécies expostas serem ou não comestíveis, ou venenosas, refiro-lhe que os meus filhos brincam no espaço exterior á minha casa e que a 5 metros desta encontram-se praticamente todas as espécies que eu tenho aqui colocado. Como sendo uma pessoa que nada ou quase nada percebe de cogumelos ( apesar de com certa vergonha lhe dizer que sou biólogo mas que microbiologia e avasculares nunca até bem pouco tempo me ter interessado, a minha área de interesse é a biologia marinha mais propriamente os cnidários ) tinha receio que pode-se acontecer algo aos meus filhos pelo contacto quase inevitável com cogumelos.
Outra das razões é que sou cada vez menos consumista, e se poder evitar comprar cogumelos contribuo para poupar combustíveis fosseis e embalagens. Já reparou na quantidade de embalagens que se põe para reciclar depois de ir ás compras. Já o faço com praticamente todos os produtos que consumo para comer. Outra razão é que eu e alguns amigos que vivem em quintas temos muitos cogumelos. Posso também lhe assegurar que não o faço por gula, já que não é dos alimentos que mais goste.
Quanto á segurança, é evidente que só consumo aquilo que é mais do que confirmadamente seguro, até agora só macrolepiota, e mesmo estes os meus filhos e a minha esposa só os começaram a comer uma semana depois de eu ter comido.
Pela forma como me respondeu fiquei com a impressão que se sentiu de alguma forma ofendido. Espero que não pois não tive a intenção, todo decorre de alguma ignorância assumida, mas ao mesmo tempo de muito entusiasmo, que os fóruns servem para estimular ainda mais.

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Mensagem  Pedro Claro Qua 11 Nov 2009, 23:31

velho escreveu:Olá Pedro Claro,
Quanto às fotos postadas ainda não aprendi como reduzir as suas dimensões,
Continuo a coloca-las por duas razões:
Primeiro porque penso que não causam problemas ao fórum ( do tipo tornar o fórum mais lento, ou outros, não sei? Não percebo muito de informática), segundo porque estou com muita curiosidade.
Quanto a demonstrar muito interesse pelo facto das espécies expostas serem ou não comestíveis, ou venenosas, refiro-lhe que os meus filhos brincam no espaço exterior á minha casa e que a 5 metros desta encontram-se praticamente todas as espécies que eu tenho aqui colocado. Como sendo uma pessoa que nada ou quase nada percebe de cogumelos ( apesar de com certa vergonha lhe dizer que sou biólogo mas que microbiologia e avasculares nunca até bem pouco tempo me ter interessado, a minha área de interesse é a biologia marinha mais propriamente os cnidários ) tinha receio que pode-se acontecer algo aos meus filhos pelo contacto quase inevitável com cogumelos.
Outra das razões é que sou cada vez menos consumista, e se poder evitar comprar cogumelos contribuo para poupar combustíveis fosseis e embalagens. Já reparou na quantidade de embalagens que se põe para reciclar depois de ir ás compras. Já o faço com praticamente todos os produtos que consumo para comer. Outra razão é que eu e alguns amigos que vivem em quintas temos muitos cogumelos. Posso também lhe assegurar que não o faço por gula, já que não é dos alimentos que mais goste.
Quanto á segurança, é evidente que só consumo aquilo que é mais do que confirmadamente seguro, até agora só macrolepiota, e mesmo estes os meus filhos e a minha esposa só os começaram a comer uma semana depois de eu ter comido.
Pela forma como me respondeu fiquei com a impressão que se sentiu de alguma forma ofendido. Espero que não pois não tive a intenção, todo decorre de alguma ignorância assumida, mas ao mesmo tempo de muito entusiasmo, que os fóruns servem para estimular ainda mais.

Reli a minha resposta e compreendo que a mesma possa ter soado seca. Mas já irei à justificação para esse tipo de resposta. Antes disso tenho que te assegurar que de forma alguma me senti ofendido ou levei a mal o tópico, tanto mais que acabei por fazer a identificação possível com os poucos dados fornecidos e dei as indicações referentes à bibliografia.

A razão da resposta prende-se com alguma experiência que tenho neste fórum e noutros, semelhantes mas em castelhano, nos quais participei há algum tempo e durante alguns anos. Os cogumelos são, no geral, desconhecidos - muitas vezes mesmo ignorados pela generalidade das pessoas -, mas alvo de atenção quando se trata de levar para o tacho. E se bem que até estamos no país com tendências fungofóbicas (porque é frequente extremar-se a perigosidade que eles representam - e isso até está bem patente no preocupação que tens com os teus filhos), são frequentes as pessoas com tendências aventureiras, quiça suicidas, no que toca ao consumo de cogumelos silvestres. Não é incomum aparecerem indivíduos com conhecimentos zero (eu até digo com conhecimentos menos um, porque muitas vezes trazem um conjunto de falsas generalizações perigosas - os cogumelos com anel podem-se comer, os cogumelos que crescem nos prados podem-se comer, etc.) que revelam uma ânsia tremenda de consumo destas espécies e este tipo de atitude provoca problemas complicados porque:

i) Calcula-se que existam milhares de espécies diferentes de cogumelos em Portugal (o País Basco espanhol tem elencadas cerca de 6.000 espécies - e refiro este dado porque foi o único a que consegui aceder, mas talvez se possa extrapolar que Portugal, tendo alguns habitats que não existem no País Basco e, consequentemente, espécies que não existem nessa região - embora o contrário também possa ser válido -, deva ter um número semelhante de espécies);

ii) Uma boa parte (a maioria, certamente) é de difícil ou impossível identificação mesmo com boas fotografias e uma descrição macroscópica aturada;

iii) Existem espécies tão semelhantes que mesmo pessoas com alguma experiência sentem dificuldade em diferenciá-las, mesmo tendo-as à sua frente e podendo examiná-las em detalhe;

iv) Uma parte das espécies apresenta uma plasticidade tal (cores, tamanhos, etc.) que torna extremamente difícil a identificação de exemplares que não sejam 'típicos' de determinada espécie;

v) As características importantes para a identificação macroscópica podem, na sua grande maioria, variar tremendamente com factores externos (temperatura, humidade, exposição solar, vento, acção humana...);

vi) Há, de facto, algumas dezenas de espécies MORTAIS ou com elevada toxicidade (já nem considero as que provocam transtornos gastrointestinais ligeiros ou moderados, as que provocam reacções de hipersensibilidade em alguns indivíduos ou as que, desconhecendo-se a sua comestibilidade, poderão ser tóxicas ou mesmo mortais).

Se juntarmos isto tudo, é fácil de ver que identificar uma espécie da qual são colocadas algumas fotografias num fórum com a pergunta "posso comer?" é de uma responsabilidade enorme. Porque, por muitos avisos que sejam feitos, se alguém referir "se for a espécie 'x', é comestível" isso muitas vezes é interpretado como "posso comer". Pessoalmente, não quero ter na minha consciência um equívoco desses e é por essa razão que fico sempre de pé atrás quando vejo alguém com poucos ou nenhuns conhecimentos micológicos (e sem qualquer desprimor por isso, uma vez que todos, sem excepção, começámos precisamente desse ponto) a colocar fotografias em catadupa e a perguntar se são comestíveis...

Espero que o meu ponto de vista fique claro e que, embora não tenha sido essa a minha intenção, alguma da crueza da minha resposta fique justificada.

Quanto à questão das crianças comerem os cogumelos, eu acho que isso é sobrevalorizado. Primeiro, não tenho conhecimento de nenhum caso desses; as crianças não se lembram de comer plantas envasadas que estão em casa (e temos algumas tóxicas, certamente), nem pôr na boca as ervas que vão encontrando nos jardins de casa ou nos campos - porque raio se iriam lembrar de comer cogumelos? O mesmo acontece em relação aos animais. Repito: não tenho conhecimento de nenhum caso desses; as intoxicações com cogumelos acontecem sempre de forma intencional - há a intenção clara e objectiva de os comer e o problema é quando a identificação foi mal efectuada (ou nem sequer o foi, o que é ainda mais grave). Por outro lado, qualquer cogumelo cru é potencialmente tóxico. Eu sei que algumas espécies são consumidas cruas, mas essa é um hábito a evitar. Portanto, mesmo tratando-se de espécies comestíveis, não devem ser comidas cruas!

Creio que chamando-se a atenção das crianças que podem apreciar, podem ver mas não devem estragar, pisar, pontapear e muito menos comer os cogumelos, elas não os vão encarar como potencial comida.

E, para que conste, tenho um filho com 3 anos que, embora não de forma frequente, me acompanha em algumas mini-saídas e nunca sequer houve uma tentativa de comer ou levar à boca qualquer cogumelo. Creio que os cogumelos não exigem, portanto, mais cuidados que outras coisas que as crianças devam evitar.

Para finalizar, penso que já compreendeste que o único caminho a seguir se pretendes colher para comer é aumentar os conhecimentos sobre os cogumelos, conhecer muito bem as espécies tóxicas e mortais (antes das comestíveis) e os 'grupos' a evitar e começar, lentamente, a conhecer a flora micológica do sítio onde moras. Os cogumelos são mais ou menos previsíveis e é normal encontrar cada espécie mais ou menos nos mesmos locais, ano após ano, por isso podes identificar este ano, certificar-te da identificação no ano que vem e daqui a dois anos colher para comer com 100% de segurança!

Pedro Claro
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