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Colhi uma quantidade de macrolepiota procelata razoável,
qual a melhor forma de os conservar. Li aqui no forum que se pode secar os cogumelos no forno
por um método do Carlos Venade. Também dá para estes. Têm que ser laminados? E congelados?
Fui ao local onde recolhi um amanita ceaserae para identificar aqui no forum, com o proposito de colher para comer mas estavam todos
passados. Será que vai "frutuficar" mais alguma vez este ano?
É normal o que acontece neste local que falei, em 10 metros de caminho além do ceaserae encontrei o muscária e mais cerca de 4 espécies além destas ( vou logo colocar fotos ). Tenho visto muitos muscaria mas todos com o chapéu castanho nunca o vermelho. É normal.

Tantas perguntas... Bem, vamos por partes...

A melhor forma de conservar cogumelos é secá-los. Isto pode ser feito com uma fonte de calor e havendo circulação de ar - por exemplo: pendurados em cima de um aquecedor. Se os exemplares forem grandes e/ou carnudos, é melhor serem laminados ou cortados ao meio (quartos, oitavos)... No forno é possível que dê para secar, a uma temperatura relativamente baixa (50º?) e com a porta aberta, porque com a porta fechada o mais provável é que cozinhem. Depois devem ser conservados fechados em frascos ou caixas. O congelamento normalmente não dá bons resultados, porque os cogumelos ao serem descongelados transformam-se numa papa viscosa; podem, no entanto, as espécies mais carnudas ser fervidas e depois congeladas. Mesmo assim, acho que perdem algum sabor e mesmo a textura fica diferente.

Quanto à nova frutificação das Amanita caesarea, não sei e acho que ninguém pode saber. Depende de muitas coisas, nomeadamente das condições climatéricas. Lembro-me de, há uns anos, terem ocorrido frutificações de uma espécie (Gymnopilus spectabilis) na base do mesmo eucalipto em 3 épocas diferentes do mesmo ano, todas separadas por alguns meses. Mas isto não é necessariamente a regra, até porque nunca mais os voltei a ver nesse local. Num mesmo sítio, uma espécie pode ocorrer várias vezes no mesmo ano, apenas anualmente ou mesmo estar alguns anos sem ocorrer... Só vigiando o local de forma sistemática se consegue, por vezes, encontrar um padrão de 'frutificação'.

As espécies ocorrem muitas vezes misturadas. Noutras ocasiões, ocorrem em 'territórios' bem delineados. Depende das espécies e das condições ambientais. Não é nada estranho ocorrerem várias espécies diferentes num espaço reduzido. Quanto às 'muscaria', se o chapéu é castanho, então não são A. muscaria de certeza (estas são vermelhas, cor-de-laranja ou eventualmente amarelo-alaranjadas). Se são parecidas com A. muscaria mas têm um chapéu acastanhado, então serão possivelmente outra espécie de Amanita (A. pantherina, A. spissa/excelsa)...