O galegos também gostam deles!
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O galegos também gostam deles!
La muestra de setas y la degustación cierran las Jornadas Micológicas
EuropaSur a 01.Dez.2008
É de destacar o envolvimento do poder local com especialistas e abordagens menos comuns, como a preocupação das alterações climáticas nos cogumelos e ainda as suas dimensões culturais e históricas. Sobre esta última, gostaria mesmo de um dia poder ouvir esta Srª Marisa Castro (já participou em eventos em Portugal) que falou da micofilia, micofobia e micolatria. Não há dúvida que os cogumelos silvestres suscitam sempre sentimentos de grande intensidade.
Até breve!
Manel
EuropaSur a 01.Dez.2008
É de destacar o envolvimento do poder local com especialistas e abordagens menos comuns, como a preocupação das alterações climáticas nos cogumelos e ainda as suas dimensões culturais e históricas. Sobre esta última, gostaria mesmo de um dia poder ouvir esta Srª Marisa Castro (já participou em eventos em Portugal) que falou da micofilia, micofobia e micolatria. Não há dúvida que os cogumelos silvestres suscitam sempre sentimentos de grande intensidade.
Até breve!
Manel
é um mundo gigantesco
Em conversa de hoje com amigos arqueólogos contei das espécies que encontrei no Sábado, aqui na ex-Mata Nacional de Barão de S.João (hoje, Perímetro Florestal), e referi o resultado das identificações do Polecat, com a referência às espécies usadas na tinturaria. Os meus amigos recordam um episódio em que tomaram por pouco sério um colega que lhes contou de cogumelos usados na tinturaria, na Antiguidade. Agora (com outra fonte reiterando o facto) constatam que não deviam ter levado o assunto a brincar.
É um mundo gigantesco, o dos fungos. Deve ser giro investigar sobre o uso dos fungos na Alta Antiguidade, nas civilizações Clássicas e Pré-Clássicas, de ondem provêm muitas dessas micofobias e micolatrias.
É um mundo gigantesco, o dos fungos. Deve ser giro investigar sobre o uso dos fungos na Alta Antiguidade, nas civilizações Clássicas e Pré-Clássicas, de ondem provêm muitas dessas micofobias e micolatrias.
efe- Carpóforo
- Número de Mensagens : 209
Idade : 62
Reputação : 1
Data de inscrição : 28/11/2008
Abundo nessa ideia!!!
É isso Efe!
Cada vez que me identificam um exemplar aqui, eu costumo fazer uma pesquisa na net sobre o seu aproveitamento. Já estou habituado a encontrar as aplicações mais inusitadas. Todos ficamos felizes quando são gastronomicamente interessantes, mas depois há aqueles que servem de tempero, outros com fins medicinais, terapêuticos, adornos, arte, rolhas para frascos de rapé, insecticida... Acho mesmo que se generalizássemos esta prática de complementar a identificação com as aplicações, passadas e actuais dos cogumelos identificados, estaremos a conferir mais interesse aos nossos tópicos. E porque não pensar em potenciais aproveitamentos?
Um dia o Polecat falou-me em etnomicologia. Eu bem que procurei na net, mas não encontrei nada razoavelmente sistematizado. Mas também eu me sinto fascinado por essas dimensões culturais históricas e sociais dos cogumelos.
Até breve!
Manel
Cada vez que me identificam um exemplar aqui, eu costumo fazer uma pesquisa na net sobre o seu aproveitamento. Já estou habituado a encontrar as aplicações mais inusitadas. Todos ficamos felizes quando são gastronomicamente interessantes, mas depois há aqueles que servem de tempero, outros com fins medicinais, terapêuticos, adornos, arte, rolhas para frascos de rapé, insecticida... Acho mesmo que se generalizássemos esta prática de complementar a identificação com as aplicações, passadas e actuais dos cogumelos identificados, estaremos a conferir mais interesse aos nossos tópicos. E porque não pensar em potenciais aproveitamentos?
Um dia o Polecat falou-me em etnomicologia. Eu bem que procurei na net, mas não encontrei nada razoavelmente sistematizado. Mas também eu me sinto fascinado por essas dimensões culturais históricas e sociais dos cogumelos.
Até breve!
Manel
etnomicologia
e antropomicologia?
Manel, ao referires a etnomicologia veio-me à memória imagens dos xamanes da Europa Oriental que usavam plantas (e cogumelos?) para atingirem o transe... olha que bela área de estudo, embora eu suspeite que já deve existir muita gente "formada" nesta área (na geração dos anos 60 sobretudo)
a ver se a meteorologia se ajeita para as próximas semanas, que eu estou a gostar de voltar a calcorrear montes e vales.
Abraço
Manel, ao referires a etnomicologia veio-me à memória imagens dos xamanes da Europa Oriental que usavam plantas (e cogumelos?) para atingirem o transe... olha que bela área de estudo, embora eu suspeite que já deve existir muita gente "formada" nesta área (na geração dos anos 60 sobretudo)
a ver se a meteorologia se ajeita para as próximas semanas, que eu estou a gostar de voltar a calcorrear montes e vales.
Abraço
efe- Carpóforo
- Número de Mensagens : 209
Idade : 62
Reputação : 1
Data de inscrição : 28/11/2008
Esses são os que são sempe referidos
Até nem é complicado encontrar artigos sobre os xamãs do norte da europa/sibéria. Mas e mais cá pra baixo, os celtas por exemplo e os seus druidas, muito mais próximos de nós?
Sobre esses ainda não li nada que me enchesse as medidas.
Recuando um pouco mais, há uma história de um corpo mumificado, que tinha cogumelos secos na mão. Acho que os usava como acendalhas e é um achado europeu. Tenho a certeza que usuários mais entendidos vão ler isto e completar/corrigir esta história.
Até breve!
Manel
Sobre esses ainda não li nada que me enchesse as medidas.
Recuando um pouco mais, há uma história de um corpo mumificado, que tinha cogumelos secos na mão. Acho que os usava como acendalhas e é um achado europeu. Tenho a certeza que usuários mais entendidos vão ler isto e completar/corrigir esta história.
Até breve!
Manel
Re: O galegos também gostam deles!
Sim, na europa oriental ainda hoje se utilizam Amanitas Muscárias como um repelente de moscas, misturando-se o cogumelo numa taça de água, que acaba por afastar moscas e outros insectos (daí a sua derivação semãntica Muscaria, de "mosca")
Agora um assunto um bocado deslocado:
Gostei muito das tuas fotos do MySpace, muito bonitas, principalmente a do trilho de Brandas e a do Trilho da cidade da Calcedónia!
Um abraço e contínua
Agora um assunto um bocado deslocado:
Gostei muito das tuas fotos do MySpace, muito bonitas, principalmente a do trilho de Brandas e a do Trilho da cidade da Calcedónia!
Um abraço e contínua
Os dois mais difíceis
Nuno, foste logo escolher os dois mais difíceis que já fiz. Ambos muito ingrímes e onde andas literalmente a trepar e a escorregar por penedos. Mas são deslumbrantes, mágicos mesmo. Na primeira vez que fiz cada um apanhei mau tempo e na Calcedónia mandei uns tombos valentes. Recomendo vivamente, mas com bom tempo, nem chuva nem muito calor, chegar cedinho, levar um mapa, um bom cajado ajuda, estar atento às marcas, sempre acompanhado e avisando alguém onde vão e a que horas começaram. É que lá em cima, não há rede. Fora isso é uma curte!
Até breve!
Manel
Até breve!
Manel
Re: O galegos também gostam deles!
Manel,
Um dia irei lá, também devido à matéria de Geologia (não se aprende só nas aulas )...
Fica no Gerês, não é?
Já lá fui muitas vezes, mas por acaso não tive hipótese de visitar a Calcedónia...! E em termos de cogumelos, como é aquilo?
Hehehe, faço ideia
Um abraço
Um dia irei lá, também devido à matéria de Geologia (não se aprende só nas aulas )...
Fica no Gerês, não é?
Já lá fui muitas vezes, mas por acaso não tive hipótese de visitar a Calcedónia...! E em termos de cogumelos, como é aquilo?
manel escreveu:Na primeira vez que fiz cada um apanhei mau tempo e na Calcedónia mandei uns tombos valentes.
Hehehe, faço ideia
Um abraço
Calcedónia
Nuno,
Deixo-te aqui a descrição deste trilho.
Fá-lo com bom tempo, de preferência com alguém que já lá tenha ido e conheça "a fenda" e muito cuidado na descida, para não perderem as marcas de sinalização nem mandarem um tombo nas fragas.
Passas por baixo de rochas e entras em grutas. É fantástico. "A fenda" não está no percurso, só passas na entrada. É uma rocha que deve ter uns 10 ou 12 metros de altura e a forma de um queijo flamengo e rachou a meio. Convém serem três pessoas para se entreajudarem, pois é complicado trepar pela fenda. Nesta última vez, o tempo estava tão mal e era tanta água, frio e vento que tava tudo escorregadio e resolvemos não entrar nela.
Quanto a cogumeLos, tem um bosque de folhosas no princípio e fim do percurso. Vi lactarius e russulas, mas tavam passadas. Lá em cima, a vegetação é de carvalhos isolados e muito muito velhos. Vi A. muscárias e uma Tremella mesenterica que postei aqui. Depende da altura que vás. Primavera ou Outono é mais aconselhável. Quando aquela pedraria toda começa a irradiar o calor do sol, aquilo também é um pouco insuportável.
Até breve!
Manel
Deixo-te aqui a descrição deste trilho.
Fá-lo com bom tempo, de preferência com alguém que já lá tenha ido e conheça "a fenda" e muito cuidado na descida, para não perderem as marcas de sinalização nem mandarem um tombo nas fragas.
Passas por baixo de rochas e entras em grutas. É fantástico. "A fenda" não está no percurso, só passas na entrada. É uma rocha que deve ter uns 10 ou 12 metros de altura e a forma de um queijo flamengo e rachou a meio. Convém serem três pessoas para se entreajudarem, pois é complicado trepar pela fenda. Nesta última vez, o tempo estava tão mal e era tanta água, frio e vento que tava tudo escorregadio e resolvemos não entrar nela.
Quanto a cogumeLos, tem um bosque de folhosas no princípio e fim do percurso. Vi lactarius e russulas, mas tavam passadas. Lá em cima, a vegetação é de carvalhos isolados e muito muito velhos. Vi A. muscárias e uma Tremella mesenterica que postei aqui. Depende da altura que vás. Primavera ou Outono é mais aconselhável. Quando aquela pedraria toda começa a irradiar o calor do sol, aquilo também é um pouco insuportável.
Até breve!
Manel
Re: O galegos também gostam deles!
Olá amigos! Só uma achega.
Apesar da informação na net ser um pouco dispersa e não muito clara, Amanita muscaria não é repelente de moscas, mas até um chamariz para alguns insectos, entre eles a mosca do género Drosophila.
Outrora o que se fazia era misturar este cogumelo com um liquido (tenho lido mais acerca do leite), as moscas seriam atraídas pelo cheiro e pousariam em cima do cogumelo, ficando a parecer moribundas ou bêbedas, o que resultava em ambientes limpos de moscas nos locais em que isso se pretendia.
Por experiência própria (e para desagrado da dona de casa ), posso dizer que já presenciei no meu quarto uma mosca "bezana" em cima dum muscária. Eu bem lhe soprava e assustava com a mão mas ela parecia pouco interessada, era como se confiasse em mim e soubesse que não lhe ia fazer mal. Finalmente experimentei tocar-lhe empurrando-a ligeiramente e ela lá decidiu levantar voo mas pousando logo de seguida em cima da mesa.
Alguns estudos relativamente recentes até afirmam a não toxicidade mortal de A. muscaria e A.pantherina em Drosophila melanogaster em contraste total com Amanita phalloides, Clitocybe nebularis; Lepista nuda; Lepista inversa; Xerocomus chrysenteron ou Boletus radicans que são todos alta e letalmente tóxicos para esta mosca.
Mais uma curiosidade, os esporos de Lycoperdon parecem ser bons analgésicos apícolas. Para quem perceber de cogumelos e estiver com fome e sem boletos ou lactarius à vista, já sabe o que fazer se tiver uma colmeia e lycoperdons por perto e não resultar e acabarem a tarde todos inchadinhos, pelo menos avisem aqui a malta
Até já
Apesar da informação na net ser um pouco dispersa e não muito clara, Amanita muscaria não é repelente de moscas, mas até um chamariz para alguns insectos, entre eles a mosca do género Drosophila.
Outrora o que se fazia era misturar este cogumelo com um liquido (tenho lido mais acerca do leite), as moscas seriam atraídas pelo cheiro e pousariam em cima do cogumelo, ficando a parecer moribundas ou bêbedas, o que resultava em ambientes limpos de moscas nos locais em que isso se pretendia.
Por experiência própria (e para desagrado da dona de casa ), posso dizer que já presenciei no meu quarto uma mosca "bezana" em cima dum muscária. Eu bem lhe soprava e assustava com a mão mas ela parecia pouco interessada, era como se confiasse em mim e soubesse que não lhe ia fazer mal. Finalmente experimentei tocar-lhe empurrando-a ligeiramente e ela lá decidiu levantar voo mas pousando logo de seguida em cima da mesa.
Alguns estudos relativamente recentes até afirmam a não toxicidade mortal de A. muscaria e A.pantherina em Drosophila melanogaster em contraste total com Amanita phalloides, Clitocybe nebularis; Lepista nuda; Lepista inversa; Xerocomus chrysenteron ou Boletus radicans que são todos alta e letalmente tóxicos para esta mosca.
Mais uma curiosidade, os esporos de Lycoperdon parecem ser bons analgésicos apícolas. Para quem perceber de cogumelos e estiver com fome e sem boletos ou lactarius à vista, já sabe o que fazer se tiver uma colmeia e lycoperdons por perto e não resultar e acabarem a tarde todos inchadinhos, pelo menos avisem aqui a malta
Até já
Polecat- Carpóforo
- Número de Mensagens : 439
Fungónimo : stametóide
Reputação : 5
Data de inscrição : 05/12/2007
Que profundidade!
Gostei!
E olha, tou fartinho de ler que as vermelhotas eram mesmo mata-moscas...
Boa Polecat.
Manel
E olha, tou fartinho de ler que as vermelhotas eram mesmo mata-moscas...
Boa Polecat.
Manel
Re: O galegos também gostam deles!
manel escreveu:
E olha, tou fartinho de ler que as vermelhotas eram mesmo mata-moscas...
Pois, li isso por algum lado pela net, mas por vezes é traiçoeira
Boa explicação Polecat, obrigado
Quanto á Calcedónia Manel, irei seguir os teus conselhos...
Um abraço
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