Inocybe sp.
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Inocybe sp.
Nesta época em que a chuva que deveria ser intensa e não aparece à mais de dois meses, as saídas para o campo têm sido um pouco frustrantes. Na última que fiz e digo de registo apenas consegui visualizar um conjunto de Inocybe, ainda jovens, que apresento neste tópico. Não consegui determinar a espécie e para tal venho solicitar a vossa ajuda.
Com as características morfológicas destes exemplares há várias espécies citadas no meu guia. No entanto, usando os resultados da microscopia, qualquer delas se pode descartar. Qual será então a espécie?
Apresento uma breve descrição à qual se seguem as fotografias no local e com os resultados da microscopia.
Breve descrição:
Chapéu: de forma campanulada com margem involuta; Cutícula radialmente fibrilosa de cor castanha e com tons avermelhados;
Lâminas: cremes, de inserção adnata e espaçamento apertado com algumas lamélulas; altas;
Pé: cilíndrico com um pequeno bulbo na base; de cor base clara e coberto longitudinalmente por fibrilas concolores com a cutícula;
Ao corte revelou uma carne branca, manchada de amarelo e com tons acinzentados na zona de inserção das lâminas, pé de consistência fibrosa e fistuloso, também com manchas amarelas na zona central;
Lâmina: Esporos de forma elipsóide, alguns em forma de feijão, podendo ser levemente ornamentados (o que com o meu microscópico se traduz na existência de uma envolvente escura nos esporos), com as seguintes dimensões médias: Me = 8.6 x 5.3 µm ; Qe = 1.6 (N=30); Basídios tetra-espóricos; Pleurocistídios metulóides de grandes dimensões (os maiores com 65 x 13 µm); Trama laminar constituída por hifas segmentadas algo infladas;
Pileopelis: uma derme com transições para tricoderme, apresentando as hifas infladas e células terminais subglosas, algumas de dimensões apreciáveis (80 x 35 µm), parecendo zebradas talvez devido a incrustações;
Estiptipelis: uma derme de hifas segmentadas dispostas paralelamente.
Fotografias:
Lâmina – 1;
Lâmina – 2;
Pileopelis;
Estiptipelis.
Com as características morfológicas destes exemplares há várias espécies citadas no meu guia. No entanto, usando os resultados da microscopia, qualquer delas se pode descartar. Qual será então a espécie?
Apresento uma breve descrição à qual se seguem as fotografias no local e com os resultados da microscopia.
Breve descrição:
Chapéu: de forma campanulada com margem involuta; Cutícula radialmente fibrilosa de cor castanha e com tons avermelhados;
Lâminas: cremes, de inserção adnata e espaçamento apertado com algumas lamélulas; altas;
Pé: cilíndrico com um pequeno bulbo na base; de cor base clara e coberto longitudinalmente por fibrilas concolores com a cutícula;
Ao corte revelou uma carne branca, manchada de amarelo e com tons acinzentados na zona de inserção das lâminas, pé de consistência fibrosa e fistuloso, também com manchas amarelas na zona central;
Lâmina: Esporos de forma elipsóide, alguns em forma de feijão, podendo ser levemente ornamentados (o que com o meu microscópico se traduz na existência de uma envolvente escura nos esporos), com as seguintes dimensões médias: Me = 8.6 x 5.3 µm ; Qe = 1.6 (N=30); Basídios tetra-espóricos; Pleurocistídios metulóides de grandes dimensões (os maiores com 65 x 13 µm); Trama laminar constituída por hifas segmentadas algo infladas;
Pileopelis: uma derme com transições para tricoderme, apresentando as hifas infladas e células terminais subglosas, algumas de dimensões apreciáveis (80 x 35 µm), parecendo zebradas talvez devido a incrustações;
Estiptipelis: uma derme de hifas segmentadas dispostas paralelamente.
Fotografias:
Lâmina – 1;
Lâmina – 2;
Pileopelis;
Estiptipelis.
Lebre- Carpóforo
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Re: Inocybe sp.
Há uma espécie que quase não aparece nos guias, mediterrânica, e que me parece ser bastante comum entre nós: Inocybe grammopodia Mal.. Infelizmente quase não há fotos disponíveis (credíveis), nem mesmo no site http://inocybes.free.fr/liste_especes.html, que constitui uma das boas referências. Um dos aspectos distintivos é o pé com superfície fibrosa. Os outros detalhes terei de verificar com o livro do Moser, que espero consultar dentro de dias.
Encontrei um documento em italiano que apresenta caracteres concordantes (tanto quanto percebi) e diz, lá mais à frente, que não conseguia chegar a nenhum resultado com chaves dicotómicas até que topou com a ilustração no livro de Malençon & Bertault, onde vem a descrição original (Flore des champignons supérieurs du Maroc [essai descriptif et critique]) e disse que só podia ser aquela espécie.
Cada vez mais acho que os trabalhos de Heim, Malençon e Bertault em Marrocos nos são cada vez mais importantes de conhecer...
Seguindo aquele "mau" exemplo, andei à procura de mais coisas, e fui recompensado: no que será a primeira referência na Península Ibérica, dum estudo onde participou Malençon, encontra-se uma descrição detalhada com variações, cuja leitura recomendo (página 76 do PDF), e desenhos (figura 7-B, pg. 74, que incluo a seguir).
Naturalmente, sugiro esta identificação sob reserva.
Outras referências:
No site da sociedade micológica de Strasbourg aparece uma referência de que destaco o seguinte: «Inocybe caractérisé par son stipe nettement strié, bulbeux submarginé, poudré sur une bonne moitié, et par son apparition précoce ; odeur spermatique, puis plus ou moins fruitée». A precocidade parece fazer deste cogumelo um anunciador da estação da primavera (venha a chuva!). Confesso que, na identificação tentativa que fiz dum exemplar do Alentejo, apareceu para o final de Dezembro. Mas não é nada que o outono invulgarmente quente que tivemos não permita explicar.
Encontrei um documento em italiano que apresenta caracteres concordantes (tanto quanto percebi) e diz, lá mais à frente, que não conseguia chegar a nenhum resultado com chaves dicotómicas até que topou com a ilustração no livro de Malençon & Bertault, onde vem a descrição original (Flore des champignons supérieurs du Maroc [essai descriptif et critique]) e disse que só podia ser aquela espécie.
Cada vez mais acho que os trabalhos de Heim, Malençon e Bertault em Marrocos nos são cada vez mais importantes de conhecer...
Seguindo aquele "mau" exemplo, andei à procura de mais coisas, e fui recompensado: no que será a primeira referência na Península Ibérica, dum estudo onde participou Malençon, encontra-se uma descrição detalhada com variações, cuja leitura recomendo (página 76 do PDF), e desenhos (figura 7-B, pg. 74, que incluo a seguir).
Naturalmente, sugiro esta identificação sob reserva.
Outras referências:
No site da sociedade micológica de Strasbourg aparece uma referência de que destaco o seguinte: «Inocybe caractérisé par son stipe nettement strié, bulbeux submarginé, poudré sur une bonne moitié, et par son apparition précoce ; odeur spermatique, puis plus ou moins fruitée». A precocidade parece fazer deste cogumelo um anunciador da estação da primavera (venha a chuva!). Confesso que, na identificação tentativa que fiz dum exemplar do Alentejo, apareceu para o final de Dezembro. Mas não é nada que o outono invulgarmente quente que tivemos não permita explicar.
Última edição por Loco Gato em Seg 20 Fev 2012, 16:11, editado 1 vez(es) (Motivo da edição : limei arestas)
Re: Inocybe sp.
Caro Loco Gato,
Não tenho qualquer dúvida de que conseguiu identificar a espécie deste tópico.
Efectivamente, no trabalho que citou de G. MALENÇON et X. LLIMONA, a descrição da espécie Inocybe grammopodia assenta que nem luva aos meus exemplares: A começar pela descrição do chapéu, e respectiva ilustração que é quase uma cópia fiél do meu exemplar no centro da 3ª fotografia, continuando pelos pormenores do estipe, incluíndo o bolbo basilar, tudo condiz com o que eu vi nestes exemplares. Na parte microscópica a única dúvida pode estar relacionada com a dimensão dos esporos, já que os cistídios também condizem bem com a descrição: As dimensões que obtive pecam por defeito relativamente às mencionadas. Mas, aqui encontro duas explicações plausíveis: uma relativamente à variabilidade das dimensões dos esporos nas duas amostras mencionadas na descrição a outra tem que ver com o meu equipamento, que não me permite obter grande precisão em esporos pequenos e estreitos.
Pena é que não sejam mencionados na descrição dados sobre a trama laminar nem sobre a pileopelis ou a estiptipelis.
Sem prejuízo de outros dados que queira acrescentar, considero-me muito satisfeito com o resultado conseguido, eu que pensava que era mais um entre tantos Inocybe que não havia esperança de identificar. Por vezes somos tentados a procurar informação em sites que não contemplam a nossa biodiversidade ao nível regional e, consequentemente, não somos bem sucedidos.
Os meus agradecimentos,
Lebre
Não tenho qualquer dúvida de que conseguiu identificar a espécie deste tópico.
Efectivamente, no trabalho que citou de G. MALENÇON et X. LLIMONA, a descrição da espécie Inocybe grammopodia assenta que nem luva aos meus exemplares: A começar pela descrição do chapéu, e respectiva ilustração que é quase uma cópia fiél do meu exemplar no centro da 3ª fotografia, continuando pelos pormenores do estipe, incluíndo o bolbo basilar, tudo condiz com o que eu vi nestes exemplares. Na parte microscópica a única dúvida pode estar relacionada com a dimensão dos esporos, já que os cistídios também condizem bem com a descrição: As dimensões que obtive pecam por defeito relativamente às mencionadas. Mas, aqui encontro duas explicações plausíveis: uma relativamente à variabilidade das dimensões dos esporos nas duas amostras mencionadas na descrição a outra tem que ver com o meu equipamento, que não me permite obter grande precisão em esporos pequenos e estreitos.
Pena é que não sejam mencionados na descrição dados sobre a trama laminar nem sobre a pileopelis ou a estiptipelis.
Sem prejuízo de outros dados que queira acrescentar, considero-me muito satisfeito com o resultado conseguido, eu que pensava que era mais um entre tantos Inocybe que não havia esperança de identificar. Por vezes somos tentados a procurar informação em sites que não contemplam a nossa biodiversidade ao nível regional e, consequentemente, não somos bem sucedidos.
Os meus agradecimentos,
Lebre
Lebre- Carpóforo
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Re: Inocybe sp.
Diagnose de Moser
1. Esporos de parede lisa: 2
2. Chapéu seco: 5
5. Pé sem alteração de cor para castanho escuro ou negro: 9
9. Não coberto de escamas grandes no chapéu e pé: 10
10. Com metulóides: 13
13. Sem as seguintes características: corpo frutífero branco, chapéu ± violeta ou avermelhando em certos pontos (às vezes com cores verdes), ou forte cheiro de flor de pera: 14
14. Pé pruinoso: 15
15. Apenas pruinoso no ápice: chave 3.11.1.1.7
Chave 3.11.1.1.7
1. Pé branco, esbranquiçado, ocráceo pálido ou acastanhado (nos espécimes velhos, às vezes com um tom rosa): 7
7. Margem do chapéu sem vestígios de véu (não-apendiculado): 8
8. Chapéu não pruinoso: 9
9. Chapéu com cores castanho pálido a muito pálido: 17
17. Odor a farinha ausente: 18
18. Chapéu liso a fibroso, praticamente sem escamas: 20
20. Chapéu com 2-4 cm ou mais: 22
22. Corpo frutífero relativamente grande, chapéu com 3 a 6 cm: 23
23. Chapéu castanho-couro a avelã ou castanho avermelhado, imaturo com algum véu, fibroso radialmente. Pé com 3-6 cm de comprimento/6-10 mm de espessura, com pequeno bolbo abrupto na base, branco, depois ± castanho-rosado, fortemente estriado. Lâminas [interpreta-se como evolução da cor com a maturação dos esporos:] cinzento-claro, cor de argila, cor de ferrugem. Odor espermático, depois frutado. Esporos com 8-12 µm de comprimento, 4-4,7 µm de largura. Bosques mediterrânicos de cedro: 3.11.1.1.7.23 I. grammopodia Mal.
1. Esporos de parede lisa: 2
2. Chapéu seco: 5
5. Pé sem alteração de cor para castanho escuro ou negro: 9
9. Não coberto de escamas grandes no chapéu e pé: 10
10. Com metulóides: 13
13. Sem as seguintes características: corpo frutífero branco, chapéu ± violeta ou avermelhando em certos pontos (às vezes com cores verdes), ou forte cheiro de flor de pera: 14
14. Pé pruinoso: 15
15. Apenas pruinoso no ápice: chave 3.11.1.1.7
Chave 3.11.1.1.7
1. Pé branco, esbranquiçado, ocráceo pálido ou acastanhado (nos espécimes velhos, às vezes com um tom rosa): 7
7. Margem do chapéu sem vestígios de véu (não-apendiculado): 8
8. Chapéu não pruinoso: 9
9. Chapéu com cores castanho pálido a muito pálido: 17
17. Odor a farinha ausente: 18
18. Chapéu liso a fibroso, praticamente sem escamas: 20
20. Chapéu com 2-4 cm ou mais: 22
22. Corpo frutífero relativamente grande, chapéu com 3 a 6 cm: 23
23. Chapéu castanho-couro a avelã ou castanho avermelhado, imaturo com algum véu, fibroso radialmente. Pé com 3-6 cm de comprimento/6-10 mm de espessura, com pequeno bolbo abrupto na base, branco, depois ± castanho-rosado, fortemente estriado. Lâminas [interpreta-se como evolução da cor com a maturação dos esporos:] cinzento-claro, cor de argila, cor de ferrugem. Odor espermático, depois frutado. Esporos com 8-12 µm de comprimento, 4-4,7 µm de largura. Bosques mediterrânicos de cedro: 3.11.1.1.7.23 I. grammopodia Mal.
Re: Inocybe sp.
Caro Loco Gato,
Infelizmente não disponho do livro de Moser para seguir a evolução na chave. Eu seria incapaz de um tal exercício e provavelmente ficar-me-ia pelo primeiro passo (ver o meu comentário relativamente aos esporos na descrição que fiz).
Saudações,
Lebre
Infelizmente não disponho do livro de Moser para seguir a evolução na chave. Eu seria incapaz de um tal exercício e provavelmente ficar-me-ia pelo primeiro passo (ver o meu comentário relativamente aos esporos na descrição que fiz).
Saudações,
Lebre
Lebre- Carpóforo
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Re: Inocybe sp.
A ideia é continuarem a ser cada vez menos sem essa esperança...Lebre escreveu:eu que pensava que era mais um entre tantos Inocybe que não havia esperança de identificar
A minha ideia foi precisamente a de facultar, a quem não tem o livro, o percurso que leva à Inocybe grammopodia.Lebre escreveu:Infelizmente não disponho do livro de Moser para seguir a evolução na chave.
Em relação aos esporos, com uma excepção (I. calospora), Inocybe tem paredes sem ornamentações; repartindo-se as espécies em dois grandes grupos: os de esporos de parede lisa e os de esporos às bossas (figuras 25m-n, respectivamente, na página 24 do ficheiro com as figuras de Courtecuisse).
Re: Inocybe sp.
O problema, por vezes, são as alternativas de escolha em cada passo. Por isso, era conveniente ver a chave completa.Loco Gato escreveu:
A minha ideia foi precisamente a de facultar, a quem não tem o livro, o percurso que leva à Inocybe grammopodia.
Obrigado pelos esclarecimentos.Loco Gato escreveu:
Em relação aos esporos, com uma excepção (I. calospora), Inocybe tem paredes sem ornamentações; repartindo-se as espécies em dois grandes grupos: os de esporos de parede lisa e os de esporos às bossas (figuras 25m-n, respectivamente, na página 24 do ficheiro com as figuras de Courtecuisse).
Lebre- Carpóforo
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Re: Inocybe sp.
Não era esse o sentido do meu post. Eu já tinha feito este percurso com um exemplar que apanhei em Dezembro, e se esta mesma diagnose servisse para o exemplar apresentado aqui, então era mais um argumento a favor de ser esta espécie. Porque a ideia é sempre esta: se algum dos caracteres não corresponder, então surgem sérias dúvidas.Lebre escreveu:Por isso, era conveniente ver a chave completa.
Re: Inocybe sp.
O sentido da minha frase é: Eu aprendo mais com a minha experiência do que com a experiência dos outros, por melhor que ela seja. Assim, gostaria de ter sido eu a fazer o trajecto na chave.Loco Gato escreveu:Não era esse o sentido do meu post. Eu já tinha feito este percurso com um exemplar que apanhei em Dezembro, e se esta mesma diagnose servisse para o exemplar apresentado aqui, então era mais um argumento a favor de ser esta espécie. Porque a ideia é sempre esta: se algum dos caracteres não corresponder, então surgem sérias dúvidas.Lebre escreveu:Por isso, era conveniente ver a chave completa.
De qualquer forma, agradeço o trabalho que teve a transcrever os passos que deu.
Saudações,
Lebre
Lebre- Carpóforo
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Re: Inocybe sp.
É uma prática que se vai fazendo, isto das chaves. E com chaves más nada pode valer. As do Moser são, na maior parte das vezes, muito boas. O livro do Moser é antigo, mas um must.
Moser, M. Keys to Agarics and Boleti. Polyporales, Boletales, Agaricales, Russulates. Pub. Phillips.
Pode ser comprado online, por exemplo na na C. Arden, ou na NHBS.
Moser, M. Keys to Agarics and Boleti. Polyporales, Boletales, Agaricales, Russulates. Pub. Phillips.
Pode ser comprado online, por exemplo na na C. Arden, ou na NHBS.
Re: Inocybe sp.
Olá Loco Gato,
porventura, tem conhecimento de algum trabalho da espécie I. grammopodia em que as características microscópicas, para além dos esporos, basídios e cistídios, sejam mencionadas?
porventura, tem conhecimento de algum trabalho da espécie I. grammopodia em que as características microscópicas, para além dos esporos, basídios e cistídios, sejam mencionadas?
Lebre- Carpóforo
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Re: Inocybe sp.
Hola Lebrel.
La clave de Moser ya quedo un poco antigua. Para este género seguir mejor la clave de Erminio Ferrari en Fungi Non Deliniati.
A simple vista tu Inocybe me parece de alguna especie de la seccion Splendentes.
Saludos.
Antonio Ruiz Mateo
micologiaiberica.com
La clave de Moser ya quedo un poco antigua. Para este género seguir mejor la clave de Erminio Ferrari en Fungi Non Deliniati.
A simple vista tu Inocybe me parece de alguna especie de la seccion Splendentes.
Saludos.
Antonio Ruiz Mateo
micologiaiberica.com
Antonio Ruiz- hifa
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Re: Inocybe sp.
Já não é a primeira vez que sei dum comentário destes sobre as chaves de Moser vindo de colegas espanhóis. Lamento dizê-lo, mas enganam-se. A finalidade das chaves é a identificação, e nesse campo o importante é se as chaves utilizam critérios precisos e fáceis, muito mais do que serem ou não actualizadas. As de Moser, como disse acima, são em geral excelentes e continuam a sê-lo. Não me vou aqui perder noutras argumentações sobre esta defesa de chaves "antigas", apenas digo que podem ser um recurso valioso e recomendo o seu uso em muitas situações.Antonio Ruiz escreveu:La clave de Moser ya quedo un poco antigua. Para este género seguir mejor la clave de Erminio Ferrari en Fungi Non Deliniati.
A simple vista tu Inocybe me parece de alguna especie de la seccion Splendentes.
Nisto incluiria também as de Malençon, se as fez sobre os seus fungos marroquinos.
Quanto às chaves do opus dos Fungi non delineati dedicado a Inocybe (especialmente do segundo volume, pois o primeiro dedica-se apenas às espécies alpinas e subalpinas, pelo que vi), admito que sejam muito boas, e se alguém as puder partilhar aqui (pelo menos a diagnose dos grupos infragenéricos), era catita.
Citando a divertida introdução de Michael Kuo: «There are hundreds of them, and probably hundreds of undocumented, "cryptic" species. In fact Inocybe is often treated less as a genus of mycorrhizal mushrooms than as a mycological rite of passage; if you have not "put a name on" a few Inocybes at some point in your life, good luck getting your (Myco-) Country Club membership.»
Concretizando: registar com todo o cuidado todas as características que possam ser relevantes para a diagnose (e foi para isso que serviu eu recapitular as chaves de Moser, que o ilustram de maneira eloquente), ter à disposição boas chaves e recursos online, e não deixar de tentar chegar à espécie — lembrando sempre que, à conta das tais espécies crípticas, muita água ainda está para correr debaixo das pontes quanto à identidade (ver por exemplo como o I. splendens tradicional talvez corresponda a 8 táxones!).
Há de facto um post magnificamente ilustrado no micologiaiberica que propõe Inocybe sindonia para um cogumelo que também apresenta pé estriado, mas que me parece ser mais pequeno e com pé claramente menos robusto que o do Lebre, entre outras discrepâncias. Mas as espécies do grupo Splendentes, pelo que percebi, apresentam caulocistídeos ao longo de todo o pé, o que não me parece aplicar-se no nosso caso (nem de resto ao daquele post espanhol).
Nas chaves de Knudsen et al., disponíveis aqui, a diagnose deste cogumelo parece conduzir à secção Tardae. Mas não precisamos infalivelmente de usar as secções para identificar, identificar não é classificar (embora se faça muitas vezes essa confusão).
Aproveito para deixar aqui algumas referências online:
- Inocybe Web, site espanhol com definições e chaves, e que caracteriza os Splendentes como tendo «pie enteramente pruinoso (provisto de caulocistidios) o netamente en la mitad inferior, haciéndose los caulocistidios más raros en el tercio inferior»
- speciesfungorum para ter uma lista de espécies aceites (não inclui I. grammopodia, acho que jé tinha referido isso)
- Site Inocybaceae de Brandon Matheny, uma autoridade mundial (ainda em construção, mas é de certeza uma referência a reter!)
- Inocybaceae, uma colecção de sites
Última edição por Loco Gato em Ter 28 Fev 2012, 21:42, editado 1 vez(es) (Motivo da edição : acrescentei uma referência e texto respectivo)
Re: Inocybe sp.
Vivam António e Loco Gato!
Para o António:
Penso que não te apercebeste de que já uma proposta de espécie para estes espécimes, Inocybe grammopodia, proposta pelo Loco Gato. Eu também acho que essa deve ser a espécie destes exemplares.
Para o Loco Gato:
Acabei de ler também a sua recente mensagem. Não tendo bases para uma discussão de tão alto nível, uma vez que nem conheço as chaves mencionadas, já agora gostava de saber em que secção se inclui a espécie I. grammopodia.
Saudações,
Lebre
Para o António:
Penso que não te apercebeste de que já uma proposta de espécie para estes espécimes, Inocybe grammopodia, proposta pelo Loco Gato. Eu também acho que essa deve ser a espécie destes exemplares.
Para o Loco Gato:
Acabei de ler também a sua recente mensagem. Não tendo bases para uma discussão de tão alto nível, uma vez que nem conheço as chaves mencionadas, já agora gostava de saber em que secção se inclui a espécie I. grammopodia.
Saudações,
Lebre
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Re: Inocybe sp.
Também euLebre escreveu:Para o Loco Gato:
Acabei de ler também a sua recente mensagem. Não tendo bases para uma discussão de tão alto nível, uma vez que nem conheço as chaves mencionadas, já agora gostava de saber em que secção se inclui a espécie I. grammopodia.
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